Quarta-feira, 12 de Novembro de 2025
No menu items!
José Pinto
José Pinto
Técnico Superior de Educação

“Entre a ponte e o rio está a Misericórdia de Deus”

Ao lermos, nos Evangelhos, sobre a crucifixão de Jesus, verificamos que Ele não morreu sozinho. Quantos foram crucificados com Jesus, não o sabemos. Terão sido, pelo menos, dois.

Mateus diz que “Até os salteadores, que estavam com Ele crucificados, o insultavam”. (Mt 27, 44). Marcos escreve: “Até os que estavam crucificados com Ele o injuriavam”. (Mc 15, 32). Lucas parece apontar para dois malfeitores crucificados com Jesus, quando escreve “Ora, um dos malfeitores que tinha sido crucificado insultava-O… Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o”. (Lc 23, 40). João é o único que indica o número: “… onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio”. (Jo 19, 18).

S. Lucas descreve a troca de palavras entre os três crucificados: os insultos do “mau ladrão”, a repreensão que lhe dá o “bom ladrão”, a súplica deste a Jesus, e a resposta que Ele lhe dá: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”. 

Depois de responder ao pedido que lhe tinha sido feito pelo crucificado ao seu lado direito, Jesus voltou o Seu rosto para o lado esquerdo, e os Seus olhos encontraram e tocaram os olhos daquele que ainda há pouco O insultava com palavras injustas e cruéis. 

E Jesus olhou-o de tal forma, com um carinho inefável, que o coração daquele homem, fechado e feito pedra pelas agruras da vida, começou a abrir brechas e a deixar-se invadir pelo Amor do Divino Mestre. De tal modo que, com o coração adoçado pelo olhar amoroso de Jesus, aquele malfeitor, “o mau ladrão”, começou a chorar. E cada lágrima mais não era do que a expressão sentida do seu arrependimento sincero por cada maldade praticada desde que se lembrava.

Cada vez lhe custava mais respirar, e já não tinha forças para dizer o que quer que fosse. E foi apenas com o olhar que suplicou a Jesus para que também se lembrasse dele quando estivesse no “Seu Reino”. E Jesus, apesar das suas dores indescritíveis, terá sorrido, e, também apenas com o olhar, ter-lhe-á assegurado: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso”.

S. João Maria Vianney, Cura d’Ars, disse a uma viúva, cujo esposo se tinha suicidado, atirando-se duma ponte para o rio: “Senhora, entre a ponte e o rio está a misericórdia de Deus”. 

Ou seja, até ao último milionésimo de segundo antes da morte, a salvação é sempre possível! E não há pecado que Deus não possa perdoar, desde que ao encontro do seu Amor Misericordioso vá um coração verdadeiramente arrependido!

ARTIGOS do mesmo autor

NOTÍCIAS QUE PODEM SER DO SEU INTERESSE

ARTIGOS DE OPINIÃO + LIDOS

Notícias Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS