No entanto, o exercício do ministério do acólito, tal como a dos restantes ministros, nomeadamente junto do altar, dá um grande contributo para a beleza da Liturgia Eucarística.
O acólito, já o escrevi n’ A Voz de Trás-os-Montes (14.02.2018), não é “um empregado de mesa, mas é – efetivamente -, um servidor do Ressuscitado.” Mas para que seja um verdadeiro servidor de Jesus Cristo, o acólito deve conformar-se com Ele “na obediência à vontade do Pai”, podendo, para tal, seguir alguns modelos de vida de santidade, que também o são para todo e qualquer cristão.
Em criança, o profeta Samuel vivia no Templo de Jerusalém, onde servia o sumo-sacerdote Eli. Não tendo ainda conhecido o Senhor Deus, Samuel teve de ser ajudado por Eli para reconhecer a Sua voz. E quando o Senhor o voltou a chamar, Samuel respondeu como Eli lhe ensinara: “Fala, Senhor; o teu servo escuta!” (1Sam 3, 10).
Ser acólito é uma vocação! Uma vocação que, por vezes, necessita de ser despertada por outra pessoa, que talvez nos conheça melhor do que nós próprios. E, despertos para essa vocação (ou para outra!), feito o devido e necessário discernimento, saibamos então dizer: “Senhor, o que quereis que eu faça”, conscientes que que, a partir desse momento, nem tudo será fácil, muito menos, nem tudo será como queremos ou gostamos. Mas será sempre como Deus quer, disso não podemos ter qualquer dúvida!
Depois de decidirmos abrir o nosso coração ao Senhor e aceitar fazer a Sua vontade, podemos, então, dizer como S. Paulo “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.” (Gal. 2,20). E é esta vida nova em Cristo, com a ajuda do Espírito Santo, que nos levará a sermos fiéis ao compromisso que fazemos, connosco, com o nosso pároco, com a nossa comunidade paroquial, mas, principalmente, com Deus, quando aceitamos o desafio de sermos acólitos, e de “com a ajuda de Deus, servir a nossa comunidade paroquial nas celebrações litúrgicas, especialmente na celebração da Santa Missa e no culto ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.” (do Ritual de Investidura do Grupo de Acólitos de Constantim).
Fora das celebrações litúrgicas, nomeadamente da celebração da Eucaristia, o acólito não deixa de ser acólito. Diariamente, ele continua a servir a Cristo nas pessoas que encontra no seu quotidiano: na sua família, na sua comunidade, na sua escola, no seu local de trabalho, nos seus momentos de lazer… E a questão ”Senhor, o que quereis que eu faça?” deve, pois estar sempre presente na mente, mas, principalmente, no coração do acólito.
Fiquem com Deus!