A derrota em casa com o Mafra foi um duro golpe, mas ainda havia muito campeonato pela frente. Em dezembro, os flavienses começavam a recuperação, com vários resultados importantes, que lhes permitiu acercarem-se dos lugares cimeiros, com Vítor Campelos a ser considerado o melhor treinador desse mês, prémio que também recebeu em janeiro.
Mas o melhor ainda estava para vir, com os três primeiros meses do ano a correrem bem. A equipa teve muitos jogos seguidos, mas, mesmo assim, conseguiu gerir bem o plantel, que se mostrou equilibrado e com potencialidade para assumir claramente a candidatura à subida de divisão. Os adeptos mostraram maior confiança na equipa e no treinador, que foi distinguido novamente em abril como o melhor da Liga 2.
Na fase final da época, a luta ficou cingida a três equipas (Rio Ave, Casa Pia e Chaves), com os transmontanos a darem um passo atrás com a derrota inesperada em Penafiel. Em casa, o Chaves construiu uma fortaleza, já que só perdeu um jogo, com o Mafra, equipa que derrotou na segunda volta e que deu um bom handicap ao grupo.
LUTA A TRÊS
Na última jornada, as três mesmas equipas estavam na luta, com o Chaves a ir ao Estádio dos Arcos tentar vencer o líder, Rio Ave, e assim carimbar a subida direta. No entanto, o jogo não lhe correu bem e foram os vilacondenses a fazer a festa, depois de uma vitória contundente por três bolas a zero. Em Matosinhos jogou o segundo classificado, Casa Pia, que também venceu e carimbou a subida direta à I Liga.
Após várias jornadas de luta acesa, o Chaves foi relegado para o play-off, a duas mãos, onde tinha pela frente a equipa do Moreirense.
PLAY-OFF
No primeiro jogo, o Chaves recebeu e venceu a equipa minhota, que era apontada como a favorita neste duelo. Mas, a postura atrevida dos transmontanos no Estádio Engenheiro Manuel Branco Teixeira ficou bem patente no resultado final, onde venceram por duas bolas a zero, com um golo de belo efeito, na primeira parte, da autoria de João Teixeira, de livre, ainda muito longe da área.
No segundo tempo, João Correia selou o triunfo dos locais, num golo notável do lateral direito, que ultrapassou vários adversários até desferir o golpe final já dentro da área.
Com uma vantagem de dois golos, os flavienses foram a Moreira de Cónegos e o golo de Paulinho, aos 25 minutos, podia ter abalado a equipa, mas isso não aconteceu e o Chaves mostrou que estava ali para discutir o jogo taco a taco. Apesar do maior domínio dos locais, os flavienses não vacilaram e souberam segurar a preciosa vantagem conquistada em Chaves. Ainda que derrotados, os comandados de Vítor Campelos mostraram grande espírito de grupo e união, o que foi fundamental para escancarar as portas da I Liga.
NÚMEROS
Após três anos na Liga 2, o GD Chaves conseguiu a quarta subida ao principal escalão do futebol nacional, a primeira aconteceu na época 1984/1985, seguindo-se outra em 1993/1994 e a penúltima subida foi em 2015/2016, pelas mãos do saudoso Vítor Oliveira.
A chave para o sucesso esteve na coesão da equipa e no acreditar das suas capacidades, quando muitos se mostraram desconfiados. Vamos à frieza dos números, que nos indicam que o Chaves teve o segundo melhor ataque, com 54 golos, só atrás do Benfica B, que marcou 61 golos, com Wellington a ser o rei dos marcadores do Desportivo, ao apontar 13 golos, seguido do médio criativo João Teixeira, que marcou oito e fez também oito assistências.
No total dos 34 jogos, o GD Chaves somou 64 pontos, fruto de 18 vitórias, 10 empates e seis derrotas.
Na época 2022/2023, os flavienses vão cumprir a 17.ª presença entre os “grandes” do futebol nacional, onde querem ficar “para sempre”.