A indiferença pela salvaguarda do património de Vila Real de quem por dever e obrigação deve zelar pela herança cultural que define a identidade cultural dos seus concidadãos marca o modernismo da atualidade, ao ignorar propositadamente direitos culturais e ambientais. São áreas degradadas pela ação do tempo e do descuido da política local que privilegia novas construções em deterioramento da preservação e povoamento das zonas históricas da cidade onde arquiteturas antigas ficam salvaguardadas no esquecimento, até ao infeliz dia que desaparecem. Promovem cultura com festivais de música, teatro e artes, património da Unesco, eventos desportivos e divulgam o que se faz por cá à cata do turismo. Porém falta um pormenor na atração de investidores, turismo e habitantes que salvaguarde os espaços, as construções e edifícios antigos que enriquecem a estética e a história da cidade. Erradamente, o turismo só é possível com uma nova avenida, a “sala de receção” da cidade quando já era “naturalmente” e velha em bom termo da vila, não património, e com a pretensão incoerente de criar no imediato uma nova identidade cultural, se sobreviver tempo suficiente para ser património, se não voltar ao velho, inútil mamarracho a destruir.
Falta o Plano de Pormenor do Centro Histórico, da Vila Velha, da Antiga Zona Industrial e do Parque das Tourinhas e respetivas Medidas Preventivas suspenso pela autarquia para avançar com a cosmética que Vila Real precisa desde a Vila Velha até à Estação. O resultado é a falta excessiva de árvores, património ambiental urbano negligenciado, arquiteturas do século passado e talvez vestígios arqueológicos que podiam existir no subsolo, por baixo da calçada portuguesa ou noutras zonas que nunca saberemos. A suspensão não se sobrepõe à Lei Nacional que define Zonas de Proteção de Monumentos Nacionais, mas pensaram. O património, independente da sua origem ou proprietário integra bens, móveis ou imóveis, que apresentam uma grande importância para o património cultural, tais como monumentos de arquitetura, de arte ou de história, religiosos ou laicos, ou sítios arqueológicos (Unesco 1954–Convenção da Haia), testemunhos com valor de civilização ou de uma cultura portadores de interesse cultural que deviam ser objeto de especial proteção e valorização, se reconhecidos e respeitados.
O modernismo é necessário para o bem-estar da população e o pormenor que falta também, pois há partes da história local que não aparecem nas fotografias antigas.