Há “um forte impacto na cirurgia, com uma adesão elevada”, explica Manuel Cunha, do Sindicato dos Médicos do Norte. No caso do Hospital de Vila Real, dos cinco blocos operatórios apenas o de cirurgia oncológica está a funcionar.
Também no internamento são vários os médicos a fazer greve, e há outros serviços afetados.
No Hospital de Chaves, há também vários médicos de medicina interna, pediatria e ortopedia a aderir ao protesto.
Segundo o SMN, o impacto é também significativo nos cuidados de saúde primários, com as Unidades de Saúde Familiar a registar uma adesão entre 80 e 100%. Pelo menos nas USF de São Neutel, em Chaves, e Almedina, em Lamego, nenhum médico esteve hoje ao serviço. Já nos restantes centros de saúde da ULSTMAD, a adesão situa-se entre 50 a 75%.
No caso da consulta externa nos hospitais há menos adesão, devido à dificuldade de remarcação até ao fim do ano, refere Manuel Cunha.
“Quer nos hospitais quer nos cuidados de saúde primários, os médicos, por razões económicas ou incapacidade de gerir doentes, dizem que só iriam fazer greve num dos dois dias”, explica o médico ortopedista, e acrescenta que “o interesse do sindicato com esta greve é defender o Serviço Nacional de Saúde”.
A Federação Nacional dos Médicos estima que, no país, dois terços dos clínicos aderiram à greve.
Os médicos iniciaram hoje uma greve de dois dias para exigir melhores condições laborais, com a Federação Nacional dos Médicos a pedir um ministro que “perceba de saúde e que consiga servir o SNS”.
Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.
A paralisação da Fnam começou hoje e termina ao fim do dia de quarta-feira, e em simultâneo decorre uma greve ao trabalho extraordinário nos centros de saúde, que se iniciou em 16 de setembro e vai até 31 de dezembro.
A greve coincide também com uma paralisação de enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que estima uma adesão entre os 60% e os 70%.