Quarta-feira, 29 de Março de 2023
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Inflação retirou capacidade de poupança às famílias

Perante a escalada inflacionista, a taxa de poupança bruta das famílias portuguesas caiu 97% no espaço de 9 meses, entre o 4.º trimestre de 2021 e o 3.º trimestre de 2022, para muito perto de uma taxa nula (de 7,7% para 0,2%).

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Por cada 100€ disponíveis, as famílias pouparam apenas 0,2€ no 3.º trimestre de 2022. Trata-se de um valor historicamente baixo, uma vez que a taxa anual mínima registada em Portugal, desde 1995, tinha sido de 6,8%, em 2017.

O período pandémico conduziu à significativa redução do consumo por parte das famílias (devido aos períodos de confinamento, elevadas restrições de movimentação, espaços comerciais ou de lazer encerrados, etc.), contribuindo, dessa forma, para elevadas taxas de poupança. Nos dois principais picos da pandemia, 2.º trimestre de 2020 e 1.º trimestre de 2021, a capacidade de poupança em Portugal era, respetivamente, de 19,3€ e de 14,2€ por cada 100€ de rendimento disponível.

No entanto, a escalada galopante da taxa de inflação e a subida das taxas de juro tem conduzido à queda abrupta da taxa de poupança, com grande parte das famílias a utilizarem as suas poupanças para fazer frente à subida do custo de vida.

Esta realidade tem-se verificado em toda a Europa, mas de forma mais significativa em Portugal, que já apresentava uma taxa de poupança muito abaixo da média da Zona Euro. A capacidade de poupança média entre as famílias da Zona Euro era de 13,2€ por cada 100€ de rendimento disponível no 3.º trimestre de 2022, cerca de 13% abaixo do verificado no 4.º trimestre de 2021, e 55 vezes acima da capacidade de poupança bruta das famílias portuguesas (0,2€). Atualmente, entre os países da Zona Euro com dados disponíveis, Portugal é o país com a mais baixa taxa de poupança das famílias.

Se considerarmos a taxa média de poupança das famílias portuguesas nos últimos 12 meses, como é reportado pelo INE, o valor é de 5,1% no 2.º trimestre de 2022. Esta queda levou a taxa de poupança para valores de 2008.

Custo de vida mais elevado, maior carga fiscal, mas salários estagnados. A significativa perda de compra já se verifica na inexistente capacidade de poupança das famílias portuguesas, que gradualmente atravessam cada vez mais problemas financeiros. 2023 será um desafio para o bolso da maioria dos portugueses.

 

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