O tremor de terra teve o seu epicentro no Atlântico, 60 km a oeste de Sines, e teve magnitude de 5,3 na escala de Richter, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Este episódio traz de novo à memória a elevada vulnerabilidade de algumas zonas de Portugal.
De acordo com o mapa de risco sísmico europeu da “European Facility for Earthquake Hazard and Risk”, o Sul da Europa, onde se inclui, para além de Portugal, também a Grécia, a Turquia, os Balcãs, a Itália e Espanha, é a região mais propícia a esse tipo de fenómenos neste continente.
Em Portugal, o maior risco sísmico regista-se na região dos Açores, na Área Metropolitana de Lisboa (sendo Lisboa uma das capitais europeias com maior risco) e no Algarve. A capital portuguesa já foi devastada por um sismo em 1755. Um estudo recente, do investigador e sismólogo João Duarte Fonseca, do IST, estima que o terramoto de 1755 em Lisboa terá tido a magnitude de 7,7 na escala de Richter.
A situação torna-se mais alarmante considerando as frágeis condições de infraestrutura habitacional de muitas famílias, colocando em risco de desabamento perante eventos sísmicos de maior intensidade. De acordo com dados do último Censos, quase 40% dos alojamentos familiares em Portugal foram construídos há mais de quatro décadas. Em 2011 esta percentagem era de apenas 25%. A reduzida construção de novas habitações na última década, em conjunto com os baixos níveis de reabilitação e modernização dos alojamentos existentes, aumenta a probabilidade de dano causado por sismos.