Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao longo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país. Foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fará uma declaração, hoje, às 11h00, no Palácio de Belém, a propósito da morte do antigo chefe de Estado Jorge Sampaio, divulgou a Presidência.
O presidente da Assembleia da República salientou hoje que a morte de Jorge Sampaio representa a perda de “um amigo de longa data” com quem partilhou uma constante luta pela liberdade e democracia em Portugal.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, manifestou “mágoa” pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio e afirmou que ter uma “profunda admiração” pelo ex-chefe de Estado, que era um “extraordinário e exemplar português”.
O antigo primeiro-ministro Durão Barroso recordou Jorge Sampaio como uma “personalidade realmente empenhada nas causas da democracia”, enviando os pêsames à família do antigo Presidente da República.
O antigo dirigente socialista Manuel Alegre lamentou “com mágoa” a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio e enalteceu a “visão de estadista” de uma figura que considerou fulcral na construção do Portugal democrático.
Jorge Sampaio iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.
Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da ‘Capela do Rato’, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial
Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978.
Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).