Há dias morreu alguém infetado pelo vírus malvado. Os amigos choraram longe em silêncio. Só um filho pôde estar perto da mãe sem a ver, sem a tocar. As suas lágrimas são a água benta que rega as flores pertinazes da nossa esperança.
Adoro a mansidão dos animais pastando em prados verdes, as estrelas cintilando no céu em noites de luar e a música como bálsamo de união e dulcificação das emoções coletivas.
Esta é uma trilogia perfeita na infinidade do universo plasmado de beleza e mistério.
Vislumbres que dão colorido aos olhares e vitaminam as vibrações do coração.
E no quebranto dos corpos ergue-se a voz poderosa da natureza, essa força que canta e fala baixinho e em murmúrio nos diz que agora devemos ter juízo, ficar em casa valorizando o património familiar que nos pertence e nos aconchega.
A natureza é bela e a humanidade porfiadamente tem de sonhar de novo, acreditar nos sonhos, cultivá-los, partilhá-los, multiplicá-los. Nestes tempos difíceis a solidariedade e o respeito por cada um de nós nunca foram tão importantes.
Infelizmente há miseráveis de coeficiente intelectual de ratos tolos e doentes, pategos que por tudo e por nada andam espavoridos como cães assanhados, caminham impantes na rua expostos ao vírus que depois vão contagiar o seu semelhante. De facto nós nascemos crucificados pelas nossas asneiras e leviandades…
Cruéis criaturas que desta forma arrastam a peçonha da desgraça e dão alimento ruinoso às famílias e à sociedade.
Vocês aí desse lado como pessoas inteligentes e sensíveis devem ficar em casa para que os sonhos iluminados em montanha de luz fortaleçam e deem coragem a um futuro de esperança que irá de novo, estou certo, florescer…
Queremos quanto antes sair de casa, livres mas seguros, límpidos de fulgor para saborearmos o zaragatear dos pardais ou sentir a desordem harmoniosa da passarada que pinta os céus de cores e fantasias…
Está nas nossas mãos sermos de novo felizes. Para já colaborem: vão para vossas casas, beijem as vossas mulheres, acariciem os vossos filhos, abram as janelas e respirem fundo e sintam o poder dos sonhos entrar, bem dentro de cada um… Depois… depois só têm de ficar em casa.
A maior expressão cultural de um povo é a sua organização coletiva em que todos remam para o mesmo porto de abrigo com o mesmo objetivo e a mesma bandeira de luta.
Está nas nossas mãos sermos de novo felizes. Para já, colaborem: Fiquem em casa. Vão à janela, sejam criativos, olhem o céu, a lua que é tão bela, e sintam o universo que Deus nos deu.