Compreendendo-se bem a intenção dos autores da frase (Freire de Sousa, presidente da CCDRN; e Miguel Alves, presidente do CRN), a verdade é que, num suposto quadro de independência territorial do Norte, o tal país não estaria no quarto lugar do fundo da tabela dos países da EU mas ficaria indiscutivelmente mais acima, já que, se lalarmos em regionalização, o Norte é a zona do país que menos beneficia da sua excelente situação em termos de produtividade, empresariado, investimento, caraterísticas naturais e excelência dos produtos que gera. A razão é só uma: o que o Norte faz outras regiões lho tiram. Se o Norte fosse um país, com a extinção da ditadura do centralismo, a região reassumiria a tona do seu estatuto, tendo em conta os mais baixos índices de desemprego que nela há, o maior volume de exportações, a quantidade e qualidade dos cérebros que estão a sair e que deixariam de o fazer.
A região Norte cresce e melhora índices de desenvolvimento, mas Portugal cresce menos que muitos países “pobres” europeus. A deslocação de serviços, verbas, iniciativas, empresas, decisões políticas, por não fazerem progredir o país, é fruto da má aplicação de princípios por parte da capital e seus apêndices (que não do Sul, em geral). Fácil será pensar no que aconteceria se o Norte fosse um país: esta região teria um nível muito superior em termos de oportunidades.
Recursos naturais, substância ambiental, rios, albufeiras, produção de energia, granitos e xistos, vinho, azeite, águas minerais, turismo, floresta, reservas agrícolas sustentáveis de usufruto permanente, indústrias saudáveis para as pessoas e para os ecossistemas, reforço da capacidade empresarial, madeira, têxteis, calçado, agroindústria, modulação da qualidade de vida com harmonização de salários e de preços, tudo isso colocaria, face ao manifesto interesse cada vez mais evidente de investidores pelas oportunidades económicas, financeiras e sociais da região, num lugar bastante acima do atual pouco lisonjeiro que a região vive.