Bruno, como surgiu a ideia de abrir uma residência sénior?
A nível nacional, vivemos uma realidade de falta de vagas para entradas em estruturas residenciais para idosos, considerando isto uma necessidade. Para além disso, vive-se um tratamento monopolizado, onde os idosos institucionalizados são tratados de forma igual, sem atender às necessidades individuais. O Aconchego Residência Sénior surge da defesa de um serviço personalizado à medida de cada residente e da vontade de querer mudar paradigmas e mentalidades no tratamento ao idoso.
Atualmente, quais são os serviços disponibilizados?
Atualmente, os nossos serviços baseiam-se no atendimento personalizado do residente, atendendo às necessidades individuais de cada um, com alojamento, alimentação, serviços de enfermagem, animação, estética, lavandaria, serviços de limpeza, acompanhamento social, assistência de diversas áreas de saúde e serviços de transporte.

Na vossa opinião, como caracterizam o Aconchego e que tipo de serviços diferenciados tem para oferecer?
O Aconchego foi um projeto pensado na individualidade. Para nós, o foco é a personalização de cada caso, para que os idosos se mantenham o mais ativos possível, dentro do seu plano individual. Por isso, tentamos ser flexíveis nas regras e alargados na oferta de opções, de forma que o residente considere sempre que a rotina adotada foi uma escolha sua: eles é que escolhem a ementa, os horários, o espaço onde querem estar. A juntar a esta individualidade, defendemos a presença das famílias na rotina deles: temos um restaurante onde as famílias podem vir almoçar com o seu familiar, permitindo a aproximação ao Aconchego.
“O Aconchego foi o nosso primeiro grande projeto em Portugal, meu e da minha esposa, Inês Basílio, outros se seguirão em breve”
MARCO BASÍLIO
Investidor
Sendo uma residência recente, como integraram a inovação na vossa residência?
Desde a sua construção, a nível de instalações, procurámos inovar os sistemas através de medidas inovadoras, como o piso radiante quente e frio e renovação de ar climatizado, oferecendo maior conforto. A nível de funcionamento, temos presente um sistema de gestão para prestação de cuidado a idosos e um inovador sistema de chamadas, o NUCA nurse call, que nos permite proteção e rapidez no sistema de atendimento de chamadas dos residentes, em situações de emergências/pedidos de auxílio. De forma a colmatar a distância dos familiares, que estão longe e que não lhes é possível de forma regular visitar os residentes, temos um software intuitivo, o Sioslife. É uma ferramenta usada diariamente, de forma a incluir as famílias no seu dia-a-dia. O sistema também oferece um leque de jogos de estimulação física e cognitiva, adaptada a cada utilizador e esta medida, que vem dar apoio à parte sociocultural, estimula a memória, a linguagem e atenção, para além da comunicação, e da aproximação às famílias com videochamadas.
“O concretizar deste projeto foi uma superação, mas o continuá-lo diariamente, é um desafio ao qual nos propusemos”
BRUNO GONÇALVES
Diretor-geral
Quais são os principais desafios que se impõem no vosso trabalho?
Em Portugal, desde há alguns anos, criou-se uma ideologia de que os lares de idosos eram asilos, onde estes eram depositados e abandonados. Ao longo do tempo, foi-se desconstruindo essa ideia, ainda que esteja demasiado enraizada por gerações anteriores. Atualmente, com as novas realidades familiares, os idosos veem-se obrigados a entrarem em instituições, ainda que acompanhados de um receio que os assombra. Quebrar esse estigma é um desafio que enfrentamos, porque requer mudança de mentalidades. Felizmente, caminhamos no bom sentido, com os bons exemplos de instituições que cada vez mais primam pela qualidade, e que são pensadas de forma a promover a autonomia do idoso. No entanto, é necessário que haja uma ponte de ligação entre a casa do residente e a entrada em instituição. Desta necessidade, e das listas de espera para entrada em residência, surgiu o desafio de criar um serviço de apoio domiciliário, SAD, que leve à casa das pessoas um pouco daquilo que nós temos no Aconchego Residência Sénior, de forma leve e empática.

Então o SAD é o vosso próximo desafio. Em que moldes este serviço foi pensado?
“Consideramos que não são os residentes que têm de se adaptar, mas sim o oposto”
MARGARIDA BARREIRA
Diretora técnica
Tal como o Aconchego foi um projeto pensado na individualidade de cada residente, o SAD seguiu exatamente os mesmos moldes. Consideramos que não são os residentes que têm de se adaptar a nós, mas sim o oposto. As pessoas têm uma história de vida, hábitos e gostos que são parte importante da sua identidade e, por isso, deverão ter ao seu dispor um plano de cuidados individualizado e personalizado à sua medida. Queremos levar à casa das pessoas esta personalização e acompanhamento, sabendo que o ambiente em que os residentes se inserem faz toda a diferença. Os nossos profissionais esforçar-se-ão para facilitar um ambiente seguro, confortável e de aceitação num serviço domiciliário.
E quais são os principais objetivos desta nova valência?
Teremos disponíveis os serviços de alimentação, confecionada especialmente nas instalações do Aconchego, lavagem e tratamento de roupa, prestação de cuidados médicos e de enfermagem, prestação de cuidados de higiene e conforto pessoal, bem como cuidados de higiene habitacional, apoio em deslocações ao exterior; animação e também pequenas reparações no domicílio e serviços de bricolagem. Todos estes serviços estarão disponíveis 24h, mediante requisição.

O que podemos esperar do Aconchego num futuro próximo, para além deste novo serviço de apoio domiciliário?
Podem esperar a ânsia de fazer mais e melhor. O concretizar deste projeto foi uma superação, mas o continuá-lo diariamente, é um desafio ao qual nos propusemos. O futuro é para nós uma absoluta vontade de evoluir e por isso, queremos que haja mais Aconchegos, sejam eles residências ou domicílios. O objetivo é replicar, e formar uma rede que nos permita crescer, aumentando a amplitude sem prejudicar a qualidade e personalização dos serviços.