Nesta altura, as manifestações religiosas tradicionais da Páscoa juntam-se aos principais atrativos da região que são a paisagem, com a vinha a “renascer” e as cerejeiras e amendoeiras em flor, a gastronomia e os vinhos, bem como a Estrada Nacional 2 (EN2), que cruza o país de Norte a Sul.
Em 2023, o Douro é também a capital europeia do vinho e acolhe, em junho, as celebrações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
O empresário Paulo Roque disse hoje à agência Lusa que a casa de alojamento local “6/4 de Lamego”, com seis quartos e localizado na zona histórica, está já “esgotada” nesta semana da Páscoa.
Lamego promove várias iniciativas que assinalam a “Semana Santa”, como procissões, a encenação da “Paixão de Cristo”, vigílias pascais e a tradicional “Queima do Judas”.
E tudo isso, segundo Paulo Roque, serve de atrativo para os visitantes, a maior parte estrangeiros e principalmente espanhóis que têm chegado à região.
A sazonalidade vai-se esbatendo no Douro, mas o período de Páscoa que por norma coincide com a chegada do “bom tempo” e o aumento das temperaturas, serve de alavanca para a época alta do turismo neste território que se prolonga, depois, até outubro.
O empresário disse ainda que as reservas para os meses de maio e junho “já estão a metade” da ocupação.
Na Cumieira, no concelho de Santa Marta de Penaguião e a nove quilómetros da cidade de Vila Real, o MW Douro Wine & Spa Experience Hotel Collection está com uma ocupação de “70%” dos seus 44 quartos, mas a expectativa é que, segundo o diretor Paulo Martins, atinja os “100% no fim de semana da Páscoa”.
De acordo com o responsável, 60% das reservas são de visitantes portugueses e 40% e estrangeiros.
Paulo Martins revelou que, este ano, os meses de janeiro e fevereiro foram “bastante interessantes”, realçando que neste mês de abril se celebra a Páscoa e o 25 de abril calha numa terça-feira e possibilita um fim de semana prolongado.
“Pensamos, pelo menos é a nossa expectativa, que a partir daqui estamos a entrar na época alta. Os meses mais complicados que nós temos ao ano, que são janeiro e fevereiro, este ano foram acima de 2019”, referiu, comparando com o período antes da covid-19.
Naquela unidade, localizada junto à EN2 e com vista com as vinhas em socalcos é possível fazer programas de SPA e de provas de vinho e, no final deste mês, segundo Paulo Martins, o grupo abre um novo hotel no concelho de Lamego que “já tem reservas”.
O conceito é de boutique hotel, com 11 quartos e um restaurante de 90 lugares, prevendo-se crescer faseadamente para outra tipologia de alojamento.
Para este ano, unidades de enoturismo da região prepararam novas experiências para atrair mais visitantes.
Vanessa Ferreira disse à Lusa que a Quinta do Pôpa, em Tabuaço, quer intensificar a ligação com as famílias, realçando que os programas incluem também as crianças e que a propriedade já é ‘pet friendly’.
A unidade arrancou este mês com novas experiências como a “aDouro” e a “True Sense of Place” e, segundo a responsável, já há reservas para estes programas.
A prova “ADouro” inclui visita à adega, lagares, sala dos cascos e a garrafeira particular e o objetivo é revelar a “diversidade” que o Douro pode oferecer nas suas diferentes sub-regiões, solos e castas.
Para envolver a comunidade local, a experiência “aDouro” é gratuita, nas primeiras sextas-feiras de cada mês, para os residentes num raio de 25 quilómetros.
Vanessa Ferreira referiu que a “True Sense of Place” é “mais focada naquilo que se faz na Quinta do Pôpa”, desde a vinha à adega e os vinhos produzidos nas suas diferentes parcelas e anos, fatores que influenciam no perfil do vinho. Pelo meio falar-se-á de sustentabilidade e de métodos de vinificação. “Do que fazemos para preservar aquilo que a vinha nos dá”, sustentou.
A oferta é complementada com visitas à vinha e a partir de junho (Dia da Criança) vai ser disponibilizado um peddy-paper para as famílias irem à descoberta do cesto de piquenique.
Em Sabrosa, na sede do consórcio Lavradores de Feitoria, que junta 20 quintas do Douro, o desafio lançado é para ser “Enólogo por um dia”.
O programa, mais procurado por estrangeiros, inclui uma visita guiada à vinha, adega, linha de engarrafamento, garrafeira e sala de barricas, seguindo-se uma prova de várias amostras vínicas e do loteamento das mesmas, a fim de se obter um vinho de ‘blend’ ao gosto de cada visitante, que pode engarrafar, arrolhar e “vestir” a sua própria garrafa – criando e colando do rótulo – que pode levar de recordação.