Sandra Pereira e João Pimenta Lopes começaram a viagem pela região transmontana na cidade de Peso da Régua, onde o primeiro contacto foi com os trabalhadores da agricultura. Mais tarde, a comitiva seguiu para o Mercado Municipal e para a feira, onde distribuíram panfletos com algumas reivindicações do PCP, com as quais a população ia concordando.
“Queremos ter um contacto muito direto com a população para podermos ouvir a sua voz e transportá-la para o Parlamento Europeu”, explicou João Pimenta Lopes, acrescentando que “queremos apresentar a realidade concreta destas populações e das empresas que aqui estão instaladas”.
O deputado lembrou que “o custo de vida teve um aumento brutal. Aumenta o pão, o leite, o atum, a fruta, os legumes e até a renda de casa. Tudo aumenta menos o salário”, razão que leva a que as pessoas “atravessem graves dificuldades”.
Prova disso “é aquilo que fomos constatando aqui no mercado, com as pessoas a verem a sua carteira mais vazia e a terem, por isso, de fazer opções relativamente ao que vão comprar”.
“Levam metade do que levavam antes, compram menos carne e há até relatos de quem deixou de comprar medicamentos. É uma situação preocupante”, afirma, adiantando que “estas dificuldades ficam, muitas vezes, escondidas nas estatísticas”.
O PCP defende, por isso, “medidas urgentes para fazer face a estas dificuldades”, entre elas “o aumento do salário mínimo para 850 euros, o aumento das pensões e a atualização dos escalões do IRS para que não se percam os aumentos que possam ser gerados”, refere João Pimenta Lopes.
O partido abordou ainda os problemas no setor da saúde, com o deputado a destacar “a dificuldade no acesso a consultas de algumas especialidades e os quilómetros a percorrer, em muitos casos”. Além disso, “não há valorização de carreiras que permitam a fixação de médicos e profissionais de saúde no interior. Isto é algo que o PCP tem vindo a chamar a atenção, com propostas para o Orçamento do Estado”.
“Há muitos problemas, mas também existem soluções. É preciso é que quem está a governar oriente a sua política para responder aos problemas com os quais as populações se confrontam e se desalinhe de políticas que só servem os interesses dos grandes grupos económicos”, afirma.
Depois de contactarem, ‘in loco’, com os problemas da região, os mesmos serão “levados ao Parlamento Europeu”, com vista a aumentar os apoios por via “do Orçamento da União Europeia”.
Depois de Peso da Régua a comitiva seguiu para Vila Real, onde visitou a empresa Continental, e esteve ainda no distrito de Bragança.