“Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para solicitar assistência de emergência para os incêndios na parte central do país”, disse a Comissão Europeia num comunicado.
“Como resposta imediata, a Comissão Europeia mobilizou esta manhã dois aviões de combate a incêndios Canadair da sua frota localizada em Espanha”, referiu.
A Comissão Europeia acrescentou que os dois aviões espanhóis vão apoiar os meios da proteção civil portuguesa envolvidos no combate aos incêndios na zona Centro.
Portugal e Espanha têm sido afetados por temperaturas elevadas que aumentaram o risco de incêndio, situação que se deverá agravar nos próximos dias.
Pelas 14:00, mais de 2.300 operacionais estavam envolvidos no combate a incêndios em Portugal, com cerca de 700 viaturas e 22 aeronaves.
Citado no comunicado, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, considerou que a “rápida resposta ao pedido português de assistência” demonstra a “total solidariedade” da comissão no combate aos “destrutivos incêndios” em Portugal.
O comissário esloveno agradeceu a Espanha por ter “mobilizado rapidamente dois aviões de combate a incêndios” hoje de manhã, através do mecanismo europeu RescEU.
“Os nossos pensamentos estão com os afetados, e com os bombeiros e outros socorristas no terreno. Estamos prontos a fornecer mais assistência”, acrescentou Lenarcic.
Face ao aumento do risco de incêndios florestais, o Governo português colocou o país em situação de contingência entre segunda e sexta-feira.
O aumento desse risco também levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, a cancelarem deslocações aos Estados Unidos e a Moçambique, respetivamente.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou hoje que o risco de incêndios se irá agravar a partir de terça-feira, com um pico que poderá durar entre três e quatro dias.
“É preciso neste momento, perante este pico, fazer tudo para que o saldo final (…) seja o mais positivo possível e não o mais negativo possível”, disse o chefe de Estado no final de uma visita à sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, em Oeiras.
“É este esforço que temos todos de fazer”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Mecanismo Europeu de Proteção Civil envolve todos os Estados-Membros da UE e Islândia, Macedónia do Norte, Montenegro, Noruega, Sérvia e Turquia.
O sistema permite à Comissão Europeia coordenar os pedidos de assistência em situações de emergência em que as capacidades do país estejam sobrecarregadas.
Para a época de incêndios florestais deste ano, a Comissão Europeia financia a disponibilidade de uma frota de combate a incêndios para “abordar potenciais deficiências na resposta a incêndios florestais”.
“Croácia, França, Grécia, Itália, Espanha e Suécia colocam à disposição de outros Estados-Membros da UE 12 aviões de combate a incêndios e um helicóptero, em caso de emergência”, segundo a informação sobre o plano deste ano disponibilizada no ‘site’ da Comissão Europeia.
Desde a sua criação em 2001, o mecanismo já foi ativado mais de 600 vezes dentro e fora da UE.