Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
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Riqueza dos portugueses é a 12ª mais alta da União Europeia

Fluxo e stock são conceitos fundamentais em economia, mas são tantas vezes confundidos.

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Estes dois conceitos ajudam a explicar por que razão algumas economias europeias que já nos ultrapassaram no PIB per capita (que é um indicador de fluxo de riqueza, ou seja, de criação e geração de riqueza num determinado período, habitualmente anual) parecem (e são) mais atrasados – ou muito mais atrasados – social e economicamente. Muito daquilo que esses países demonstram em indicadores socioeconómicos revela a riqueza (e desenvolvimento) acumulados (ou seja, stock). Necessitarão de alguns anos, ou décadas, para acumular um nível de riqueza que permita refletir-se de forma evidente nos padrões de vida, na qualidade das infraestruturas e serviços e, acima de tudo, na riqueza e bem-estar económico das famílias.

Vale a pena fazer uma analogia simples para se perceber melhor: imagine-se duas pessoas com 60 anos, em que a pessoa A recebe um salário de 3.000€ e a pessoa B recebe 2.000€. Se a pessoa A esteve durante a vida toda a ganhar o salário mínimo e só agora recebe 3.000€ e a pessoa B, por contrário, sempre recebeu acima da média nacional, é fácil constatar que a pessoa B terá provavelmente acumulado mais riqueza e terá hoje um bem-estar económico e financeiro superior (ou seja, o valor de stock de riqueza é superior), apesar de atualmente receber um salário inferior (fluxo).

Voltando aos países, é interessante constatar que as economias que nos ultrapassaram desde 2000 (Malta, Eslovénia, Chéquia e Lituânia), todas têm um nível de riqueza acumulado ainda muito inferior ao português. Temos ainda o exemplo da Grécia que caiu a fundo no PIB per capita, estando agora em penúltimo lugar na UE, mas a nível do stock de riqueza está acima da maioria dos países de leste, graças à riqueza acumulada no passado. E um último exemplo: a Irlanda, que tem tido crescimentos galopantes na geração de riqueza, está junto a Portugal na riqueza acumulada, já que partia de um nível baixo de riqueza acumulada e está gradualmente a subir no ranking.

Tendo em conta estes dados, a questão mais relevante é a seguinte: por quanto tempo continuaremos a ter maior riqueza líquida per capita e a viver melhor do que nos países de Leste, se o fluxo que geramos anualmente, o PIB per capita, é inferior ao de alguns desses países?

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