A liderança, para ser exercida dentro de um clube de futebol, só se este for constituído por um grupo de pessoas com determinadas responsabilidades, ou por alguém, nomeado ou não, com um objetivo bem determinado e específico.
Este será o primeiro de vários desafios a serem ultrapassados para se ser um profissional competente e não ser, simplesmente, apenas mais um, que só porque se “chegou à frente” ganhou eleições no clube, sem oposição.
O segundo desafio é o de ter gente íntegra, competente e equilibrada ao seu lado, gente capaz de fazer o circuito funcionar. Não é fácil, mas é preciso organização e esforço para isso se concretizar.
O terceiro é o de conseguir, realmente, mudar a cultura dentro de um clube e ter vontade de o fazer… e por aqui iríamos continuar a elencar desafios.
Mas antes de todos os desafios que nos propormos, e prometemos, teremos sempre de pensar se temos ou não essa capacidade de liderança, perseverança e vontade de fazer mais e melhor do que os nossos antecessores. Por estes dias, tenho estado com amigos que representam clubes ditos estáveis, clubes que pelo menos buscam fazer algo realmente diferente e melhor. Em poucas horas andando por estes clubes e conversando com pessoas por lá, pude perceber o desafio, mas essencialmente a essência das situações.
E a conclusão a que chego é que sem uma mudança de “cultura futebolística” dificilmente se mudam resultados num clube. O desafio da liderança de um clube é justamente encaixar pessoas capazes de trabalhar nessa transformação da cultura dentro das várias áreas de um clube, uma mudança que obviamente tem de acontecer de forma gradual, mas não necessariamente lenta, porque existem bons profissionais impactados nesses clubes, porque os mais velhos sempre trabalharam assim e não há margem de progressão para novas ideias.
Cabe ao presidente ser o líder, pois é a ele que os restantes funcionários do clube, incluindo treinadores das camadas mais jovens, jogadores e os próprios adeptos se dirigem quando pretendem resolver assuntos relacionados com o clube.
É ao presidente que recai o dever de criar um clima de diálogo entre estas diferentes partes, deve exigir delas o que tiver de ser exigido com vista à obtenção dos objetivos propostos inicialmente para o clube de futebol, da forma mais eficiente e humana possível.
Deve ser o próprio a procurar alcançar um equilíbrio entre o que são os seus deveres e as obrigações profissionais para com o clube, e a prática de atividades desportivas e culturais, motivando e estimulando a sua prática, para que desta forma consiga atrair outro tipo de massa associativa.
Ser presidente é chato, acredito que seja, por isso é que não é para todos.