Um homem está no banco dos réus, suspeito de ter matado um outro no final de agosto de 2020, quando fazia caça furtiva em Bilhó, no concelho de Mondim de Basto.
Quase três anos depois, será conhecida a sentença do alegado homicida, que responde ainda por outros dois crimes, um de posse arma proibida e outro contra a preservação da fauna e das espécies cinegéticas.
Esta terça-feira, no tribunal de Vila Real, foram ouvidas as últimas testemunhas e feitas as alegações finais. Tanto o Ministério Público como o advogado da família da vítima pedem condenação pelos três crimes.
Já a defesa pede a absolvição do crime de homicídio por entender que “em momento algum, o arguido mostrou vontade de praticar este ato”, acrescentando que “confessou ser o autor dos disparos, mas não fugiu e esteve sempre presente”. O advogado de defesa admite, ainda assim, que o arguido deve ser “acusado dos restantes crimes”, pedindo, para o efeito, “uma multa ou trabalho na comunidade”.
A tragédia aconteceu quando este homem, sapador florestal, estava atrás de um javali que, segundo algumas testemunhas, “causava estragos nas culturas”. Pensando ser o animal, atirou e acabou por atingir, mortalmente, a vítima.
O arguido aproveitou o momento para “pedir desculpas à família”, mostrando-se “arrependido”. Os familiares da vítima não aceitaram o pedido, por entenderem que “teve três anos para pedir desculpas e nunca o fez”.
A leitura do acórdão foi marcada para dia 9 de maio.