No entanto, reformadores do séc. XVI, como Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglio, e outros, tinham uma profunda estima e reverência para com a Virgem Maria.
Apesar de o protestantismo atual, em geral, se mostrar, pois, intolerante com Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, felizmente que algumas denominações protestantes começam, numa atitude de regresso “às origens”, a redescobrir o que Nossa Senhora significava, no contexto da história da salvação, para os protagonistas da reforma protestante.
Servem estas palavras de introdução para a história que lhes quero contar, que li, e que recrio de memória (com acrescentos meus), pelo que peço a benevolência do(a) leitor(a).
Certa senhora, após ter sentido algumas dores e desconforto geral, o que a começou a preocupar, decidiu indagar junto de familiares e amigos quem poderia recomendar-lhe um médico a que pudesse recorrer para ver o que se estava a passar com a sua falta de saúde. Muitos foram unânimes em recomendar-lhe um médico especialista que, segundo eles, tinha salvado inúmeros doentes de uma morte certa. Depois de uma primeira consulta, para avaliação geral, dos primeiros exames e análises diversas, a senhora iniciou um tratamento, durante o qual teria de ser constantemente acompanhada pelo referido médico.
A senhora começou a ter uma estima enorme pelo médico, sempre muito atencioso, simpático e disponível para lhe explicar, de uma forma simples e clarificadora, tudo o que ela precisava saber sobre a sua doença e os tratamentos para a desejada cura. Só havia uma coisa que ela não via com bons olhos, e que lhe custava a aceitar.
Quando achou que já estava à vontade com o médico, para lhe falar sobre o assunto, a senhora disparou: “Ó senhor doutor, eu tenho muita consideração por si, mas desculpe que lhe diga. Não compreendo como pode ter, na sua secretária, uma imagem dessa Senhora que dizem que apareceu em Fátima, e a quem os católicos rezam a pedir ajuda. Eu, quando tenho um problema, recorro diretamente a Jesus. Ora veja bem. Quando fiquei doente, eu recorri ao senhor doutor, que é o especialista, e se o senhor não me atendesse, eu, com certeza, não queria ser atendida pela sua mãe!”
Respondeu-lhe o médico: “É verdade. Eu é que sou o especialista, e sou eu que prescrevo os tratamentos que, com a ajuda de Deus, a hão de curar. Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte. Pode acontecer que, em algum momento, a senhora venha a precisar de mim, para resolver alguma situação urgente, e eu esteja fora da cidade, incontactável, ou com muito trabalho no consultório, e que só a possa atender passado um dia ou dois. Mas se a senhora for amiga da minha mãe e ela me telefonar a interceder por si, eu até vou a sua casa a qualquer hora do dia ou da noite, porque a um pedido da minha mãe eu nunca digo que não!”
Mais palavras para quê? Todos nós, pobres pecadores, bem precisamos da intercessão da sempre Virgem Maria junto de Seu Filho!