Domingo, 8 de Dezembro de 2024
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Trabalhadores do Casino cumprem segundo dia de greve

Em causa está a reivindicação de melhores salários, progressão na categoria profissional, redução do horário de trabalho, igualdade nas escalas de horários, entre outras exigências, tal como a celebração de um contrato coletivo de trabalho

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Os trabalhadores do Casino de Chaves cumprem, hoje, o segundo dia de greve. De acordo com Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, “a administração da Solverde recusou diálogo e negociação. O Sindicato pediu uma reunião para tratar dos problemas do setor do jogo e a empresa nem sequer respondeu. Foi pedida, também, uma reunião para tratar dos problemas do setor da hotelaria e também não houve resposta”.

Consequentemente, “o Sindicato convocou uma reunião no Ministério do Trabalho com a empresa e esta não compareceu. Face a esta posição de falta de diálogo e de negociação, foi convocada uma greve de dois dias (27 e 28 de maio)”.

Ontem, ao final da tarde, o balanço do primeiro dia era positivo. “Teve uma grande adesão. Estimamos que cerca de 90% dos trabalhadores tenham estado em greve. No jogo tradicional não há nenhuma banca aberta, não há nenhum trabalhador. Da sala de máquinas todos os trabalhadores fizeram greve. Houve uma caixa aberta que esteve a ser assegurada por uma diretora. Também não houve porteiros no Casino. A portaria foi assegurada por dois diretores”, frisou.

De acordo com o dirigente sindical, “chamámos à atenção da Inspeção de Jogos para encerrar o Casino, uma vez que este não pode funcionar sem porteiros, sem o quadro mínimo de trabalhadores”.

No Hotel Casino Chaves a greve também se fez sentir. “Na receção, a adesão foi de 100%. Nos andares e nas limpezas também houve uma forte adesão. No restaurante e na cozinha a adesão foi inferior”.

No geral, “falamos de uma greve com 90% de adesão, no conjunto, entre Casino e Hotel. Esta é uma grande resposta que os trabalhadores estão a dar a esta intransigência da administração”.

REIVINDICAÇÕES

De acordo com comunicado da direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, “os trabalhadores convocaram uma greve para os dias 27 e 28 do corrente mês de maio para exigir a melhoria das suas condições de vida e de trabalho”.

Entre as exigências está o “aumento de 90 euros para cada trabalhador e o estabelecimento do salário mínimo na empresa de 850 euros”, o “pagamento do valor de 140€ mensais a título de trabalho por turno”, a “atualização das diuturnidades para o valor individual de 30€”, a “atualização do subsídio de alimentação nas férias para 150€”, a “atualização do prémio de línguas para 50€ mensais”, “o pagamento do abono de falhas a todos os trabalhadores e a sua atualização para 60€ mensais”, o “pagamento do trabalho prestado em dia feriado e em dia de descanso semanal de acordo com a fórmula prevista no CCT aplicável celebrado entre a APHORT e a FESAHT”.

Segundo o mesmo comunicado, os trabalhadores exigem, ainda, o “pagamento do trabalho prestado ao fim de semana com um acréscimo remuneratório de 20%, 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores sem qualquer penalização, progressão na categoria profissional de três em três anos, redução do horário de trabalho para o máximo de 35 horas semanais, igualdade nas escalas de horário e a garantia de folgas ao fim de semana uma vez por mês”, além da “celebração de um Acordo de Empresa que regulamente os direitos, deveres e garantias das partes”.

Tudo isto será discutido numa reunião entre o referido Sindicato e a Solverde, S. A., concessionária da zona de jogo de Chaves que explora o Casino e o Hotel Casino. O encontro está agendado para o dia 7 de junho.

“Vamos aguardar por essa reunião. Depois desta, faremos um plenário com os trabalhadores para lhes dar a conhecer aquilo que a administração lhes oferece e ver qual é a decisão. Pelo que tenho ouvido da parte dos trabalhadores, a luta continuará até que tenham salários dignos”, avançou Francisco Figueiredo.

A VTM tentou contactar o grupo Solverde sobre o assunto, mas sem sucesso, até ao momento.

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