Eram trabalhadores que costumavam trabalhar 17 a 18 horas sem significativos momentos de descanso. O grupo decidiu, então, organizar-se e anunciou uma greve geral, com o objetivo de protestar contra as condições em que trabalhavam. A greve, que se estendeu por toda a cidade de Chicago, reuniu mais de 50 mil pessoas e acabou com o caos e o pânico instalados, com feridos, mortos e detidos.
Pode dizer-se que foi este primeiro acontecimento que deu origem à celebração de um dia dedicado ao trabalhador.
As comemorações do 1.º de Maio possuem uma longa e significativa trajetória na história do trabalho e da classe trabalhadora. Ao longo dos últimos 139 anos, essas celebrações assumiram distintas formas, significados e conteúdos, consolidando-se como um fenómeno de notável internacionalização.
Ao longo desse percurso histórico, quando existem orientações ideológicas e interesses distintos rivalizando em torno de um mesmo evento, frequentemente ocorrem, em menores ou maiores proporções, batalhas da memória, nas quais há disputas pelas representações de uma efeméride, pelos sentidos atribuídos a ela e, como consequência, pelas formas de comemorá-la.
Entretanto, o mundo não pára, e entramos numa nova era, a ”Era da Inteligência”, que se distingue pela convergência de sistemas físicos, digitais e biológicos, transformando tudo, desde a forma como trabalhamos e governamos, até à forma como nos compreendemos a nós próprios e ao mundo que nos rodeia, a qual representa uma visão profunda do futuro, uma visão em que a Inteligência Artificial (IA), a automação e as tecnologias digitais avançadas se integram profundamente em todos os aspetos da sociedade humana.
Estudar a IA e como ela pode impactar o futuro do trabalho é imperativo.
As notícias para os trabalhadores são alarmantes. Mesmo as estimativas menos pessimistas, apontam para o risco de uma percentagem significativa do trabalho, ser automatizada no futuro, senão vejamos:
Até 300 milhões de empregos em tempo integral em todo o mundo podem ser automatizados pela mais nova onda de Inteligência Artificial
Em Portugal, quase 30% dos empregos estão em risco de desaparecer devido à Inteligência Artificial e à automação.
À medida em que a tecnologia avança, podemos esperar que a colaboração entre humanos e máquinas continue a evoluir e abrir novas possibilidades.
Com um esforço estruturado de qualificação dos profissionais e integração entre humano e máquina, é possível vislumbrar um cenário animador. Para os trabalhadores, há oportunidades de, novas carreiras e melhoria de performance.
Como será o 1º de maio daqui a 30 anos?
O mundo do trabalho está a mudar e tudo está a acontecer de uma maneira tão rápida que não conseguimos acompanhar, apenas estranhar e aceitar; afinal, não há como parar o progresso.