Foi desta forma que Ana Fernandes, diretora do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), reagiu à oferta de 25 camas articuladas.
A funcionar no piso 7 da unidade hospitalar de Vila Real, a área de pneumologia tem capacidade para receber 24 utentes, e agora têm à disposição estas novas camas articuladas que vêm ajudar os profissionais que ali trabalham.
Visivelmente satisfeito com a chegada dos novos equipamentos, o enfermeiro David Correia, gestor do serviço de pneumologia, sublinhou que a chegada das camas vem “melhorar o serviço”, que tem vindo a sofrer várias obras de requalificação do espaço, como o novo piso colocado, as madeiras trocadas e a climatização. “A instalação das novas camas é excelente para todos e vai permitir melhorar, em muito, os cuidados que prestamos aos doentes, que são os principais beneficiários desta doação”.
O principal impulsionador da iniciativa, o empresário Nuno Guerra, que doou camas a vários hospitais do país, referiu que a escolha dos equipamentos a doar (camas articuladas, guardas metálicas e colchões anti-escaras) tem como “intenção provocar uma melhoria na prestação de cuidados aos mais idosos e vulneráveis, agora e no futuro”.
O projeto, uma iniciativa conjunta da Fundação São João de Deus e da IAMCP Portugal (Associação de Parceiros Microsoft em Portugal), não se esgota no combate à pandemia e tem, como perspetiva de longo prazo, melhorar as condições de prestação de cuidados, num país que tem, neste momento, mais de uma centena de milhar de idosos institucionalizados em mais de 2500 estruturas residenciais. “Cada cama doada hoje permitirá um aconchego aos idosos, não apenas hoje, mas também no futuro”, acrescentou Nuno Guerra.
PANDEMIA – “PIOR JÁ TERÁ PASSADO”
A diretora do serviço acredita que o pior já passou, mas sublinhou que se viveram momentos complicados no hospital. “Já vai fazer um ano que estamos dedicados à Covid-19, em que a equipa teve de se dedicar a estes doentes aos que estavam no piso com doentes pneumológicos não Covid. Foi uma sobrecarga de trabalho enorme para a equipa médica, que continua motivada”, uma vez que é uma equipa nova. “Os médicos fizeram o curso de medicina para lutar pelos seus doentes e pelas dificuldades que a unidade vai atravessando, mas claro que ao fim de um ano a equipa já nota algum cansaço, mas motivação não tem faltado”.
“NÃO PODEMOS FACILITAR”
Com uma experiência de mais de 30 anos como enfermeiro, David Correia revela que nunca viveu uma situação tão grave com o novo coronavírus. “Tem sido difícil, mas com coragem e resiliência conseguimos superar as dificuldades. Estamos aqui para continuar a cuidar de quem precisa”.
Este profissional lembra que a vacina é muito importante para dar maior segurança à população, no entanto, há que continuar a manter os cuidados para evitar a propagação do vírus. “Acredito que o ano de 2022 será extremamente positivo e vamos superar esta pandemia. A vacina vai ser fundamental, mas também vamos ter de continuar a manter os comportamentos adequados, como o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento”.