Em termos gerais resume-se a cinco grandes planos de ação: Rotas Culturais, Centro de Criação, Rede de Polos Arqueológicos, Museus de Identidade Territorial e Cinema e Audiovisual e para tal foi apresentado um montante de cerca 150 milhões de euros até 2030. Finalmente apercebe-se que o interior (Norte) tem condições para se afirmar a nível nacional como área potencial para o investimento na cultura, no sentido lato. Tristemente, vemos que a cultura continua à margem do investimento local e nacional bem protestado recentemente pela Companhia de Teatro Filandorra. Olhando para o Património Cultural, o Norte de Portugal apresenta inventariado 1419 imóveis classificados, sendo 276 Monumentos Nacionais, 1015 Imóveis de Interesse Público e 128 Imóveis de Interesse Municipal, e visualizando a dispersão cartográfica, a imagem que se fica é que o Norte tem muita história.
Bem isso já se sabe, mas será que a sociedade tem esse conhecimento? Será que os órgãos decisores têm essa consciência?
A realidade diz-nos que não, pois ao se realizar um escrutínio a estes números fabulosos sobre o estado de manutenção, de visitação e de investimento então o melhor será nem se dizer mais nada, e deste número ficamos apenas com umas dezenas de monumentos que se encontram funcionais e ao serviço público. O Norte de Portugal é um território com 21 286 km², com desenvolvimento desigual e com desertificação populacional tendo em consideração o regionalismo. Dividir um montante de euros por esta imensidão territorial é como atirar migalhas aos pardais, pois comem apenas alguns, não todos. O mesmo se espera que aconteça com este financiamento distribuído gradualmente através de candidaturas a projetos sem garantia que em algum dia caia a migalha no prato. Para já e depois da apresentação deste plano cultural regional a primeira constatação que se observa é que a criação de Polos Arqueológicos vai ser maior no Litoral (Minho e Douro Litoral) do que em todo Trás-os-Montes, e a que se deve esta constatação? Não será por falta de sítios arqueológicos, museus e monumentos, mas sim pela resistência do poder local em reconhecer que o seu património histórico tem futuro!
Outra constatação é mesmo a falta de meios técnicos especializados e de condições para a salvaguarda, investigação e dinamização deste vasto património que temos. Até 2030 haverá tempo para vermos se o plano resultou ou não.