A reação surge depois de, esta semana, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, anunciar uma “grande reforma” a partir de janeiro de 2024, com a criação de mais 31 ULS, que agregam os hospitais e os centros de saúde numa mesma instituição e gestão.
A CIMDOURO entende que esta reforma, a ter início em janeiro, será sinónimo de “maior desigualdade” no acesso aos cuidados de saúde na região do Douro e “poderá comprometer o futuro dos Centros de Saúde” dos 19 concelhos que a integram.
“O modelo apresentado é mau e é uma forma encapotada de esconder o problema do setor da saúde, que há muito necessita de uma reforma de fundo, séria e comprometida com as regiões e com os autarcas, e não de decisões unilaterais, imponderadas e desajustadas, que excluem os decisores políticos locais e são tomadas sem considerar as necessidades reais das populações”, refere, em comunicado.
Na mesma nota, a CIMDOURO lamenta “profundamente que, mais uma vez, os autarcas tenham sido ignorados pelo poder central”, salientando que “o Governo, que tem andado com tanta insistência, pressa e pressão, para que os autarcas aceitem as competências da Saúde, nunca teve o cuidado de tocar sequer neste tema da constituição das ULS”.
A CIMDOURO diz “não aceitar” este modelo de gestão do SNS, afirmando que “nas nossas costas, o Governo levou por diante uma “reforma” que põe em causa os cuidados de saúde primários no Interior do País, neste caso, na região do Douro”.
“Exigimos que o modelo de gestão seja calibrado e vá ao encontro daquilo que são as
realidades territoriais do Interior do País e não que se limite a replicar, a régua e esquadro,
fórmulas do Litoral”, conclui a CIM.