Sábado, 14 de Dezembro de 2024
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Balanço Nacional e Internacional 2023: Guerras, destroços e insegurança por todo o lado

Não se pode falar do ano de 2023 sem referir as guerras do Leste da Europa (Rússia/Ucrânia) e do Médio Oriente (Israel / Hamas).

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Por detrás delas está a ânsia de expansão territorial, a expulsão de povos “inconvenientes”, o desprezo pelos direitos fundamentais de quem vive neste planeta. Como que um regresso à famigerada teoria das “raças impuras”. Sucedem-se e multiplicam-se as migrações não desejadas, mas inevitáveis, as fugas de populações a esmo, a chegada de refugiados a lugares aonde não são bem aceites. Estamos a viver num mundo de heresias, de hipocrisias. Muitos barcos abarrotam, neles se finam vidas na água do Mediterrâneo. Palavras das autoridades e dos “donos do mundo” são provavelmente bem-intencionadas, mas parecem ocas, vazias de substância concreta.

A Natureza não se rebela por ela própria. Temos alterações climáticas criadas pelo uso indevido e exagerado dos recursos da Terra, a constituir preocupação, mas o mundo tem muitas mais alterações que o fragilizam ainda mais. Deveríamos estar preparados. Somos inteligentes (mas já nos socorremos da inteligência artificial que com a nossa não estamos a ser capazes), temos novas tecnologias e capacidades de comunicação, crescemos em termos de conhecimento. Mas continuamos a usar e a abusar de intolerâncias e fundamentalismos.

Em 2023 houve terramotos que ceifaram vidas aos milhares, vulcões que vomitaram lava e fogo, incêndios que destruíram e mataram, inundações, furacões e tsunamis. Houve mais atentados. E doenças, estranhas e de rápida difusão.

O mundo não está mesmo nada apetecível. Os “maus” estão a sobrepor-se aos “bons”. O “inferno” ameaça o “céu”. Mas há algo que nós temos: um futuro com mais confiança para viver. Cabe-nos a nós mudar as coisas.

Em 2024 queremos falar aqui de coisas melhores, muito melhores…

O MUNDO

A questão dos abusos sexuais continuou a merecer preocupação. Vencida a fase das denúncias, aí está, agora, a das indemnizações.

Questão adiada continua a ser a do novo aeroporto de Lisboa. Uma novela prolongada. Mais rápida foi a subida nos arrendamentos, um dos aspetos que afeta fortemente quem não tem casa. Enquanto os jovens ativistas do clima protestam com tinta, a amnistia causada pela vinda do Papa libertou jovens delinquentes. Em Espanha, a coligação dos bascos (para se formar um governo) não reúne consenso. O azeite atingiu preço escandaloso.

Armando Pereira, CEO da Altice, foi mais um exemplo da desonestidade que grassa.
As barragens não estão a pagar os impostos a que estão sujeitas. A banca prospera pela subida de juros. Um simples beijo a uma atleta demitiu o presidente da Federação Espanhola de Futebol.

O Benfica venceu o campeonato e a taça. As buscas judiciais proliferam. Há compra de bebés. A economia comercial desenvolve cada vez mais o chamado Black Friday.

A CEO da TAP, Christinne de seu nome, lá saiu, requerendo choruda indemnização. Outra gente também de lá saiu, do ministro ao mais simples dos mecânicos que sentem que a TAP está a voar. Nunca se pensou que o mundo iria ter tantos problemas com a distribuição dos cereais. Entretanto, cresce a corrupção. E o Chega também cresce.

Cristiano Ronaldo foi para a Arábia Saudita, foi criticado, mas agora todos querem ir para lá. E também todos perguntam para onde está a ir a classe média. Houve a COP 28, mas os resultados foram curtos. Sam Altman criou o Chat GPT para a inteligência artificial que é já uma certeza.

Marcelo teve um desmaio ao beber uma caipirinha. A notícia espalhou-se como a mesma velocidade com a do decote da filha mais linda que a mãe. Os drones já assustam e entraram na guerra em força. Espiam e matam. Por cá, os desempenhos escolares nunca estiveram tão baixos.

E a demissão de António Costa foi o facto nacional do ano.

A lei da eutanásia levanta dúvidas ao presidente da República e ao Tribunal Constitucional, aos médicos e à Igreja católica. A EFACEC foi vendida e a família de Eça não quer que ele vá para o Panteão. Mas alguém acha que deve ir.

Tal como os médicos, os enfermeiros estão descontentes e fazem greves. Escária não parece, mas é nome de homem que, como outros, se deixa vencer pela tentação do dinheiro. No Alentejo há escravatura com exporação de imigrados. Situações como esta ajudam ao crescimento da extrema-direita que venceu eleições na Holanda e na Argentina.
Febras não é só o que se come, mas também o que se canta. Um pequeno festival que desafiou o “Rock in Rio”.

O Papa Francisco está doente e o mundo que gosta dele sobressalta-se. Em termos de futebol, o feminino é que está a dar.

Não há setor da vida pública que não tenha as suas greves. E o caso das gémeas levanta questões sobre a credibilidade dos políticos. A Google já perfez 25 anos. João Galamba evidenciou-se pela negativa e António Guterres pela tentativa de endireitar o mundo. A começar pela faixa de Gaza e a estender apelos em favor do ambiente.

Hollywood (quem diria?) também teve direito à sua greve.

O Hamas é considerado organização terrorista causadora da guerra israelo-árabe. O hacker Rui Pinto viu a sentença que lhe foi aplicada parir um rato. Este ano foi terrível no Havai, com a morte de milhares dos seus habitantes.

Ice Merchands foi o primeiro filme português indicado aos “Óscares”. O IVA ZERO era bom, mas acaba no último dia deste ano. A inflação já está a baixar, dizem os especialistas da economia. Cada vez há mais influencers abrindo caminho à inteligência artificial que aí vem. O que já não vem, para já, é o IUC. Quem o programou decidiu que este país não era para carros velhos, mas o imposto acabou por fazer marcha-atrás. Em 2024 vai subir a idade da reforma. Grande processo do ano foi o Influencer que levou ao derrube do governo socialista de maioria absoluta. No Brasil, houve invasão bolsonarista ao Congresso, ao Supremo e à presidência.

As JMJ foram um sucesso, o Papa agradeceu. O caso Jéssica foi o maior crime do ano. O ciclista João Almeida deu cartas aqui e lá fora. Como Rui Costa, Rúben Guerreiro e outros ciclistas. Também se notabilizou o cineasta João Canijo e, pela negativa, além do ministro João Galamba, também o lusodescendente Jack Teixeira, nos Estados Unidos, se despistou. Greves na TSF e no Jornal de Notícias não pressagiam nada de bom quanto ao futuro destes dois órgãos de comunicação social.

Por causa da sua inicial, Kim Jong-Un (este ano até reuniu com Biden) tem que aparecer neste anuário. Para não ficar só, apontemos a modalidade de canoagem onde Fernando Pimenta continua a colecionar medalhas, a de K1 500 e 1000 metros.

Lula da Silva foi eleito depois de ter passado uns tempos na cadeia, nada que surpreenda quem conhece o Brasil. LGBT numa missa das JMJ não deixou de ser surpresa.

Luís Montenegro prepara novos caminhos à frente do seu partido. Dois livros irritaram o primeiro ministro: os de Carlos Costa (ex-presidente do BdP) e de Cavaco Silva (ex-primeiro ministro e ex-PR). Ressurgiu a legionela, mas o tribunal mandou arquivar os casos anteriores. Entretanto, a luta que prossegue é a do lítio.

Fernando Medina continua a lutar pelas contas certas. Independentemente disso, ou por causa disso, aumenta o número de milionários em Portugal. A lei dos metadados continua a não passar no Tribunal Constitucional. Marrocos comoveu-nos pelos efeitos dramáticos do pavoroso sismo que atingiu o país do Magrebe. O ex-ministro Manuel Pinho continua em prisão domiciliária, enquanto Ricardo Salgado continua a aguardar, por ter Alzheimer, validado pela medicina. Marques Mendes continua com os seus bitaites televisivos, tendo dito que, caso seja necessário, concorrerá à presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa procura defender-se de crescentes acusações, mas continua nas boas graças do povo que o elegeu. A monarquia sofreu com a morte de Isabel II, mas tem novo rei na Inglaterra (Carlos III). Faleceu o ex-rei da Grécia, Constantino II. Entre nós, a filha de Duarte Nuno de Bragança teve um bom e bonito matrimónio, com a presença de algumas figuras republicanas. Já o “rei” Messi continua a somar bolas de ouro lá em casa, até porque ganhou este ano, mais uma vez.

Navalny continua a ser penalizado pelo Kremlin e a NATO quer aumentar a sua influência admitindo novos parceiros, mesmo situados no antigo eixo de Leste que era inimigo.
O navio Mondego viu os seus tripulantes a desobedecer à ordem de o fazer navegar. A seleção portuguesa de futebol bateu um recorde ao marcar nove golos contra o Luxemburgo. Já Nethaniau, o presidente de Israel, prossegue a sua ameaça de acabar com o Hamas. Do jogador brasileiro Neymar parece já não falar a história e não foi boa a discussão entre Nélson Évora e Pichardo.

Operações houve muitas, em 2023. Na oposição tem pontificado o Chega. Funcionamento das ordens e orçamento foram temas em destaque. O orçamento dos Açores foi reprovado e também ali haverá eleições antecipadas.

Lá fora, a ONU é confrontada com suspeitas e desconfiança. Os países beligerantes dos conflitos atuais têm atacado esta instituição mundial e o seu secretário-geral.

Putin tornou-se uma espécie de imperador na Rússia. Mas nem sempre as coisas lhe correram bem este ano, no referente à guerra mantida com os vizinhos ucranianos. O sucedido com Prigozhin bem o testemunha. Por cá, tivemos as atribulações do palco das Jornadas Mundiais da Juventude, os percevejos que surgiram ninguém sabe donde, a pobreza galopante que já nem é encapotada e os exemplos de longevidade que são Pepe e Pinto da Costa. Em compensação, Pedro Nuno Santos anuncia-se como jovem e nova corrente para o Partido Socialista. Nota alta, este ano, para Pedro Pichardo e Auriol Ongmo no atletismo. Manifestam-se os professores e os apoiantes da causa da Palestina. A Petrogal de Matosinhos começou a ser desmontada. Alguns autarcas tiveram perda de mandato na sequência de acusações, inquéritos ou condenações. Iureos estão a braços com a Justiça: Caminha, Santo Tirso, Barcelos, Oliveira de Azeméis, Oeiras, Lisboa, Alijó, Marvão, Montalegre, Espinho e Vila Nova de Gaia foram alguns deles.

Morreu a estilista Mary Quant que inventou a minissaia e o presidente do F. C. Porto casou pela quinta vez. Quatro crianças perderam-se na floresta amazónica, depois da queda de um avião que lhes roubou a mãe. Foram resgatadas com vida. A mesma sorte não teve o menino do Vietname que também foi vítima de uma queda num poço e não foi resgatado a tempo. Uma situação que comoveu o mundo. A seleção das Quinas apurou-se para o Europeu 2024 com dez vitórias em dez jogos.

Roberto Martinez conduz a seleção nacional com sucesso. Já o mesmo se não poderá dizer de Roger Schmidt em relação a quem o contratou. Eles são dois imigrados de elite, mas outros refugiados não têm tido essa sorte. Rúben Amorim prossegue em alta nos leões. Rosa Mota continua a vencer maratonas com a idade que tem. Houve algumas situações inacreditáveis, até anedóticas, como o relatório da TAP acusado de ter sido feito à medida de quem manda. A comunidade do Reino do Pineal desapareceu ao ser investigada. Lamentam-se casos de racismo, reféns e as rendas altas. Valeu-nos o râguebi e os seus lobos. Foram instalados os primeiros radares de cálculo de velocidade média, parece que sem grande resultado.

Em 2023 houve sismos altamente destruidores. Em Portugal cresce o número de sem-abrigo. Sérgio Conceição manteve-se firme na liderança do clube dos dragões. Já o Serviço Nacional de Saúde parece estar debilitado, incerto e tremente. O SEF vai acabar no dia 1 de janeiro e já se levantam SOS no caos em que se transformaram os postos fronteiriços. Montam-se novos supermercados e cresce a adesão às salas de chuto. E já são seis os cardeais da Igreja Católica portuguesa.

A TAP foi vendida. Sobem as taxas de juro. Taremi é um iraniano em destaque quando se contesta Teerão. Em Taiwan, a ameaça de guerra também ronda. Mais uma vez, o TGV está a ser fortemente equacionado

Da Ucrânia já se disse tudo, mas o final da guerra estará para durar. Teremos que centrar antes a atenção nas urgências dos nossos hospitais, no seu sistema de funcionamento e nos transtornos e sofrimentos por que os seus utentes estão a passar.

Defendido por uns, atacado por outros, o VAR tomou conta do futebol atual. Tem levantado polémica, assinalando ou anulando penáltis, golos, foras de jogo, expulsões. No desporto português teremos unanimemente que saudar e felicitar tantos vencedores em tantas e tão variadas modalidades, da natação ao judo, dos trampolins à ginástica rítmica, do hóquei em patins ao ciclismo, em masculinos, femininos e atletas com deficiência. Problema que parece não ter fim entre nós é o da violência doméstica.

Mais uma vez aconteceu entre nós a Web Summit, com o mesmo sucesso de sempre. 2023 correu mal para os mercenários Wagner que ficaram sem o seu chefe e se desagregaram. E para a equipa de ciclismo W52 F. C. Porto que foi extinta por uso de doping.

Na letra X encontramo-la mesmo assim (X) na rede social de Elon Musk; foi uma das novidades do ano. Foi estreado o filme “Velocidade Furiosa X” que foi rodado também na região transmontana e duriense. E o presidente chinês Xi – Jimping mostrou-se sempre afável e sorridente nos encontros que manteve neste ano diplomaticamente tão exigente e difícil.

Yevgeny Prigozhin morreu na queda de um helicóptero que o transportava. Ele foi o principal ator de uma rebelião encenada no conflito russo-ucraniano.

Figuras do ano são da Ucrânia: o seu presidente Zelensky e lugares especiais como Zaporijhia ou Zaluzhny. Especais e muito perigosos. O medicamento Zolgensma (o tal das gémeas) está a causar irritação ao nosso presidente da República, no final deste amo de 2023.

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