Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
No menu items!

Carga fiscal cresceu mais do triplo do Produto Interno Bruto

2022 foi um ano marcado pelo início de uma guerra no espaço europeu, uma elevada inflação e, consequentemente, medidas governamentais e dos bancos centrais que têm tendo mitigar estes impactos (como o aumento das taxas de juro; nem sempre com muito sucesso).

-PUB-

O montante da carga fiscal cresceu mais do triplo do Produto Interno Bruto (PIB) e do salário médio bruto em Portugal, desde 2010. Em pouco mais de uma década, em termos reais, enquanto que o PIB apenas cresceu 10% e o salário médio bruto apenas 8%, a carga fiscal cresceu 32%.

Normalizando os 3 indicadores com 2010=100, facilmente se percebe o crescimento muito mais rápido da carga fiscal relativamente ao PIB e rendimentos. A análise também permite verificar que o diferencial entre a carga fiscal e os restantes 2 indicadores tem crescido progressivamente (apenas em 3 anos o PIB cresceu mais do que a carga fiscal) mas que há 2 períodos em que a carga fiscal cresceu a um ritmo muito mais elevado do que o PIB e os salários. Entre 2011 e 2013, período marcado pela grave crise económica que levou à intervenção da Troika (em parte desse período PIB, em maior escala, e carga fiscal e rendimentos, em menor escala, estiveram em queda), e em 2022.

No último ano, apesar do elevado crescimento do PIB (6,7% em termos reais), após recuperação da crise pandémica, a carga fiscal cresceu ainda mais (10,0%) e o rendimento médio líquido não aumentou. Consequentemente, a carga fiscal em percentagem do PIB aumentou para 36,4% em 2022 (35,3% no ano anterior). Trata-se da maior carga fiscal em percentagem do PIB desde que há registos.

Os números demonstram que o contexto económico atual não tem afetado todos por igual. Os portugueses viram o seu poder de compra estagnado ou reduzido em 2022, enquanto o Estado arrecadou um valor recorde de receita fiscal.

APOIE O NOSSO TRABALHO. APOIE O JORNALISMO DE PROXIMIDADE.

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo regional e de proximidade. O acesso à maioria das notícias da VTM (ainda) é livre, mas não é gratuito, o jornalismo custa dinheiro e exige investimento. Esta contribuição é uma forma de apoiar de forma direta A Voz de Trás-os-Montes e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente e de proximidade, mas não só. É continuar a informar apesar de todas as contingências do confinamento, sem termos parado um único dia.

Contribua com um donativo!

VÍDEOS

Mais lidas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS