Sexta-feira, 26 de Julho de 2024
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“Defendemos o aumento dos salários, reforço do SNS e creches gratuitas”

Entrevista ao cabeça de lista da CDU | Luís Ferreira | Jurista | 61 anos

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Quais são as duas grandes prioridades que defendem para o distrito?
Sem prejuízo de outras prioridades de nível nacional, que não sendo exclusivas do distrito, também ao distrito dizem respeito; nomeadamente o aumento geral dos salários e pensões, uma rede pública de creches gratuitas, o reforço do SNS e da Escola Pública, o direito à habitação, a reforma sem penalizações para quem tem 40 anos de descontos ou o combate às alterações climáticas; as duas grandes prioridades da CDU para o distrito são, por um lado, o combate à desertificação humana e por outro o reforço da produção e da economia regional.

Ora, estas duas prioridades cruzam-se, têm pontos de contacto, ainda assim e uma vez que sobre a desertificação falaremos mais adiante, sempre se poderá adiantar que o reforço da produção e da economia regional, tem presente o facto dos pequenos e médios produtores agrícolas desempenharem um papel fundamental na estrutura social e económica de boa parte do distrito. Por isso, é imperioso levar em consideração as particularidades da região nos apoios à produção. Para além disso, é preciso recuperar a Casa do Douro, defender o comércio tradicional, valorizar os baldios e os produtos regionais.

O setor da saúde atravessa uma fase conturbada. Na região, o que poderá ser feito para ultrapassar esses desafios?
Sim, de facto a saúde tem sido o parente pobre das políticas de vários governos, a falta de médicos e de outros profissionais de saúde, o subfinanciamento da saúde ou a falta de médicos de família são transversais a todo o país, uma realidade que é necessário inverter, e um combate no qual a CDU se empenhará.

Em concreto, no Distrito a CDU propõe a reabertura do Hospital D. Luís no Peso da Régua, inserido no SNS, e assume o compromisso de combater os encerramentos ditos “temporários” ou a perda de valências dos hospitais e unidades de saúde que se está a verificar por todo o distrito, com destaque para o Hospital de Chaves, com o encerramento parcial da urgência pediátrica e encerramento total do internamento pediátrico. É ainda necessário garantir o funcionamento da urgência polivalente do Hospital de Vila Real.

Quanto à ferrovia. Qual a melhor solução?
A ferrovia tem de ser olhada como um elemento fundamental na mobilidade das pessoas, que até do ponto de vista ambiental é mais sustentável. A CDU coloca a reabertura da linha do Corgo e a modernização da linha do Douro, com ligação a Espanha, como as prioridades nesta matéria.

Relativamente aos impostos das barragens, qual a vossa posição?
Há que tirar a devida lição do sucedido: a privatização da EDP e a alienação das barragens foi um desastre para a região e para o país, que compromete, inclusivamente, a soberania energética e a segurança no aprovisionamento de água.

A perda de população continua a ser um grave problema do interior do país. Que medidas defendem para combater este flagelo?
A desertificação é de facto um dos grandes problemas do distrito, por isso o seu combate constitui uma das prioridades da CDU.

Se os jovens em geral abandonam o distrito por não encontrarem trabalho é preciso criar incentivos fiscais para as micro, pequenas e médias empresas que criem postos de trabalho no distrito e por outro lado, acabar com as portagens nas ex-SCUTS, tornando o distrito mais apetecível para por cá se instalarem.

Depois é preciso elevar a agricultura a setor estratégico e olhar com muita seriedade para os custos à produção. Potenciar a pequena agricultura, a agricultura familiar e biológica, como forma de contrariar a desertificação e o abandono do mundo rural. Valorizar os produtos regionais, inclusivamente as águas termais e o turismo. E sobre o Turismo, é preciso responsabilizar a Super Bock pelo cumprimento dos compromissos que assumiu com o estado e com as populações no Parque Termal de Pedras Salgadas, nomeadamente no que diz respeito à construção de dois hotéis e de transformar as Pedras Salgadas em Vila Termal.

Por fim, mas não menos importante é necessário defender o comércio local e os mercados tradicionais, a única forma dos pequenos produtores poderem escoar os seus produtos, o que passa por disciplinar a liberalização dos horários das grandes superfícies e sobretudo o seu encerramento ao domingo.




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