Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Dia de Portugal

Outrora “Dia da Raça”, celebramos agora a 10 de junho, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Efeméride que começou a ser comemorada em 1978, era Presidente da República o General Ramalho Eanes. Teve a sua 2ª edição em Vila Real no ano de 1979. Comemorações que, em nossa opinião, muito contribuíram para colocar Vila Real no mapa, como costuma dizer-se.

Recordamos à distância esta efeméride, que trouxe à nossa cidade, além de todo o Governo presidido pelo Dr. Mota Pinto, — aqui se fez o primeiro Conselho de Ministros fora do Palácio de S. Bento, com as mais prestigiadas figuras da nação, a convite da câmara municipal, em período de crise política, que levariam ao poder a Aliança Democrática, liderada pelo Dr. Francisco Sá Carneiro. 

O Dia de Portugal foi celebrado entre nós com muitas manifestações públicas de grande relevância futura. Destaco o congresso sobre A Emigração e o Desenvolvimento Regional. Estava-se numa altura em que o fenómeno migratório, designadamente para a França e Alemanha, tinha enorme expressão, sendo as remessas dos emigrantes o sustentáculo da frágil economia herdada a 25 de abril.

As conclusões do encontro foram de tal importância, que em anos futuros o foco das celebrações passaram a ser as Comunidades Portuguesas no estrangeiro. Recordamos em especial as Comunidades do Brasil e dos Estados Unidos, que eram praticamente desconhecidas, e permitam-nos lembrar uma mulher, Benvinda Maria, diretora do jornal “Portugal em Foco” editado no Brasil. Uma lutadora incansável e uma voz que se tornou porta-estandarte das centenas de milhares de portugueses e seus descendentes de S. Paulo e Rio de Janeiro.

Quarenta anos depois lembramos esse pioneirismo, a propósito da forma como se comemora o Dia de Portugal, centrado não apenas numa cidade do nosso país, mas indo também ao encontro dessas Comunidades. Sucedeu este ano em Cabo Verde. Aqui, não tanto pela expressão numérica da nossa Comunidade, mas porque os cabo-verdianos, se identificam em absoluto com os valores da nossa língua, da nossa cultura e da nossa idiossincrasia. São um país independente, porque as vicissitudes da história recente assim o determinaram.

As comemorações deste ano ficaram marcadas ainda, pela magnífica intervenção pública, que o mandatário – o jornalista João Miguel Tavares, proferiu na circunstância. Pediu à classe política, que nos dê algo em que possamos acreditar. E explicitou: os portugueses lutaram pela liberdade em 74. Lutaram pela democracia em 75. Lutaram pela integração na Comunidade Europeia nos anos 80. Lutaram pela integração na moeda única durante a década de 90. Não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje em dia. É nessa dificuldade que repousam tantas das nossas angústias.

Temos como certo, que algumas das nossas angústias resultam desta governação que as últimas eleições permitiram e que só serão desfeitas após o próximo sufrágio eleitoral. Oxalá este permita uma clarificação que esta solução governativa não permitiu. 

Oxalá!

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