Segunda-feira, 7 de Outubro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

A Imigração e o Turismo

A propósito do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, ocorre-nos refletir sobre dois fatores que, em nossa opinião, estão a desempenhar um papel determinante no desenvolvimento do nosso país: a imigração e o turismo

Ninguém fica indiferente à presença de tantos milhares de cidadãos no seio da sociedade portuguesa, sobretudo em Lisboa, Porto e Algarve, onde o fenómeno é mais visível. Os principais países com naturais que mais nos procuram para trabalhar, são os de expressão portuguesa. Destaque para o Brasil e ex-colónias africanas, com Angola, Cabo Verde e Moçambique à cabeça. O facto de falarem português assume papel determinante, e é esta facilidade que lhes permite encontrar rapidamente emprego em diversos serviços, na agricultura e na indústria. Os imigrantes com origem nestes países, são muito bem aceites.

São eles que no Algarve, no período estival, onde a população cresce exponencialmente, preenchem as necessidades de trabalho da hotelaria. E o turismo que recebe esta gente de braços abertos, é outra fonte de riqueza para o nosso país, que não tem de temer os estrangeiros.

Portugal vive um momento de forte criação de emprego, mas atravessa um período de preocupante declínio demográfico e a falta de trabalhadores em algumas áreas é mesmo preocupante. O apoio na ocupação das vagas nos serviços do turismo é fundamental para auxiliar Portugal na sua recuperação económica.

De resto, o nosso país é um bom exemplo, no domínio da emigração. Nas décadas de 50 a 80, do século passado, foi na emigração que muitas centenas de milhares de cidadãos, especialmente os meios rurais, encontraram solução para a falta de trabalho nos seus lugares de residência. Perante esta dificuldade, procuraram trabalho em países como a França, a Alemanha e a Inglaterra. Países que tinham sofrido a devastação da II Grande Guerra, que acolheram, de braços abertos, esta mão-de-obra, que ajudou na recuperação económica de setores vitais, como a indústria e a agricultura daqueles países.

Curiosamente, nesta altura, a população portuguesa que emigra é constituída por jovens com formação mais elevada, que não encontrando no nosso país a oportunidade de emprego condizente com a sua formação académica, procura nas instituições e organismos europeus empregos melhor remunerados, em setores e contextos muito diferentes dos seus anteriores conterrâneos: auditoria, comunicação, economia, administração pública, finanças, tecnologias da informação e línguas.

Ainda bem que assim é.

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