Tudo começou assim: o padre António Maria Cardoso, ao tempo diretor de “A Voz de Trás-os-Montes”, sendo eu Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, insistiu para que aproveitasse o semanário, para partilhar com o público em geral e , em particular, com os leitores Vila-Realenses, as ideias que tínhamos e os anseios que identificávamos para a região. Entendia ser necessário mostrar o esforço que estávamos a fazer no sentido do desenvolvimento regional. Um objetivo que, de facto, perseguíamos desde que assumimos a Presidência da Câmara, em janeiro de 1977. Eram frequentes os nossos encontros, por me parecer que A Voz de Trás-os-Montes, dada a sua presença semanal em todo o interior-norte, permitia esse assumido desejo de partilhar ideias bem definidas, logo a partir do primeiro mandato, muito badalado, graças às cerimónias do 10 de junho, – Dia de Portugal de Camões e das Comunidades –, que tiveram lugar em Vila Real, por decisão do Presidente da República, General Ramalho Eanes. Dos muitos projetos que tínhamos para a região, destaco, como bom exemplo, o abastecimento de água à cidade a partir das barragens colinares que se construíram no Alvão e as ligações aéreas diárias com a capital, – muito auxiliado pelo engenheiro Vilar Queiroz, natural de Alijó, que era, ao tempo, administrador da TAP.
A crónica, nos primeiros anos, foi escrita sob pseudónimo, até que decidimos criar este título de “Miradouro” e passamos a escrever, dando a oportunidade aos leitores, a quem agradeço amabilidade de nos lerem, e que, uma ou outra vez, me fizeram chegar manifestações pessoais concordantes ou contraditórias, a propósito das ideias que semanalmente partilhávamos. Esta coluna, “institucionalizada”, foi também voz da Associação dos Municípios de Trás-os-Montes e Alto-Douro, com autoria partilhada com o Dr. Artur Vaz, à época, Presidente da Câmara do concelho vizinho de Santa Marta Penaguião.
Concluo dizendo que decidi, com a condescendência do diretor do nosso jornal, chegar ao fim desta coluna “Miradouro”, sem embargo de continuar a utilizar as páginas deste prestigiado semanário, sempre que entender fazê-lo. Com cumprimentos à direção e ao corpo de colaboradores do nosso jornal, “A Voz de Trás-os-Montes”, deixo o meu muito obrigado aos meus fiéis leitores, a quem me dirigi naturalmente ao longo de todos estes anos. A todos, a minha eterna gratidão.