Domingo, 6 de Outubro de 2024
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O fim do ditador

Quando se iniciou, em fevereiro do ano passado, a agressão da Rússia à Ucrânia, escrevemos que Putin havia iniciado uma guerra na Europa sem sentido, contra um povo que vivia ordeiramente a sul e que não desejava outra coisa que não fosse trabalhar diariamente, para ir melhorando o seu nível de vida.

Putin iniciou esta agressão, lançando bombas de destruição a partir da Rússia que governa, como se percebeu já com mão de ferro, sem a mínima consideração pela vida humana. Nesta lógica, a comunidade internacional, em especial os países da União Europeia, apressaram-se a sancionar o agressor e a ajudar militarmente o país agredido. Nessa altura não se sabia que o invasor era apoiado no terreno por grupos de criminosos, recrutados especificamente para matar as populações indefesas. Os mercenários Wagner aparecem depois, como exemplo dessa estratégia, como bem se conhece agora.

Miguel Monjardino, que é Professor Convidado de Geopolítica e Geoestratégia no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e colunista de política internacional no jornal Expresso, afirma que o Grupo Wagner foi um instrumento de Vladimir Putin para assegurar a manutenção do seu poder, garantir a estabilidade interna e defender os interesses do Kremlin a nível internacional.

Ficámos a conhecer melhor o que são estes mercenários da Wagner, com este episódio a que assistimos em direto, com a deslocação de uma coluna militarizada, de sul para norte, em direção a Moscovo, supostamente para irem atacar o Kremlin, sem que as Forças Armadas tenham tentado travar a marcha desta coluna. As declarações posteriores de muitos destes intervenientes dão a entender que o ditador, Putin, está isolado. Nikita Belaruson, realizador russo exilado na Polónia, disse ter pensado que a rebelião fosse falsa, para depois constatar que Putin perdeu muita popularidade, ao demonstrar medo diante das tropas que nada fizeram para travar os mercenários. São pequenos sinais que nos enchem de esperança, quanto ao destino final deste líder de um povo que ainda não conhece o que é a democracia.

Há o receio de que Putin tente ainda, num último assomo de autoridade, as armas atómicas, que existem em abundância à sua disposição, para atingir países da União Europeia e E.U.A. Acreditamos, porém, que o uso do nuclear não seja fácil como decisão individual. Porque, estando também em causa a resposta, a quem desencadear uma operação destas, ergue-se uma réstia de esperança para que tal não aconteça. Haja então esperança porque esta, como se sabe, é a última a morrer

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