“Isso só é alcançável se os alunos tiverem consciência que estão num espaço de trabalho, mas que se sintam bem na escola, que deve ser um local agradável”.
O diretor recorda uma frase que deveria ser aplicada nas escolas: “eu trabalho com a mesma seriedade com que as crianças brincam”.
“É isso que pretendemos, que eles sintam uma seriedade no trabalho, que tem de ter regras, mas não impostas, têm de ser os alunos a perceber de que lado está a razão”. No entanto, “o mais importante é que sejam felizes”.
Num tempo em constante mudança, Salvador Ferreira revela que hoje “vê os alunos parados, solitários e pouco solidários”. Apesar de contactarem com muita gente, através da internet, “acho que vivem sozinhos num mundo imenso, ao contrário do que acontecia antigamente, em que o nosso mundo era mais reduzido, mas era vivido intensamente”.
Uma das preocupações é o insucesso escolar, que, segundo o mesmo responsável, apresenta “taxas baixas”, no entanto, não esconde que gostaria que fossem “zero”. O abandono escolar “ainda subsiste, sobretudo no 2º ciclo, em miúdos que não se adaptam bem e acabam por desistir. São situações que não conseguimos controlar”, lamenta.
OFERTA EDUCATIVA
Com resposta desde o pré-escolar ao ensino secundário, o AEJAC tem uma oferta educativa diversificada, contemplando o ensino regular e o profissional, pensada “para responder às necessidades do território”.
A nível do ensino profissional, o próximo ano letivo terá dois novos cursos, Técnico de Alojamento Hoteleiro e Auxiliar de Farmácia. “Duas boas apostas para o futuro”.
Outras ofertas passam pelos cursos de Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos, Técnico de Multimédia, Técnico de Eletrónica, Automoção e Computadores e também Técnico de Geriatria. “Este último é muito útil e tem elevada empregabilidade, num país que está a envelhecer”.
FUTURO
Com duas candidaturas aprovadas num valor superior a 3,4 milhões de euros, para implementar dois Centros Tecnológicos Especializados (CTE), um na área da informática e outro na industrial, Salvador Ferreira frisa que este “é o maior desafio” para o futuro. “É uma oportunidade para o desenvolvimento económico-social da região e, consequentemente, para o aumento da produtividade nacional”.
“Os Centros Tecnológicos Especializados são uma oportunidade para o desenvolvimento económico-social da região”
Salvador Ferreira
Diretor AEJAC
A escola já tem os espaços definidos, como o pavilhão de mecânica, que será adaptado às novas funções, e várias salas preparadas para receber tecnologia de ponta. “Serão espaços polivalentes para servir a comunidade em geral e não apenas o agrupamento. Teremos respostas para as diferentes tecnologias e cursos. A abrangência é alargada e os nossos parceiros (escolas, autarquias, universidades) podem usufruir dos centros tecnológicos”, explicou o diretor, adiantando que os CTE estão a ser criados pelo país para darem resposta a eventuais problemas que possam surgir. “Nós apresentamos soluções muito polivalentes e multifuncionais, que irão permitir ser usadas por muitos cursos de diversas áreas”.
Com mais de 1.800 alunos, cerca de 200 professores e 100 funcionários não docentes, o AEJAC é composto por dois Jardins de Infância (Galafura e Loureiro), dois Centros Escolares (Alagoas e Alameda), pela Escola Básica 2,3 e pela Escola Secundária João Araújo Correia, onde estudam alunos não só do concelho de Peso da Régua, mas também de Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião.