Este ano, devido à pandemia de Covid-19, o Festival Gastronómico do Rancho de Mirandela teve de se reinventar.
Na impossibilidade de se realizar, como habitual, no Mercado Municipal, a autarquia e a Associação Comercial desafiaram a restauração do concelho para que a quinta edição do certame se realizasse em regime de take-away. O desafio foi aceite e 36 restaurantes aderiram à iniciativa.
“É a quinta vez que participamos. Este ano é diferente porque não pode haver convívio e comer rancho só mesmo em take-away”
“É a quinta vez que participamos”, referiu Alberto Cláudio, proprietário do restaurante “O Coliseu”, enquanto ia mexendo o rancho. “Este ano não foi possível juntarmo-nos na praça e as pessoas têm que vir cá buscar o rancho. É diferente porque não há o convívio habitual”.
Cada restaurante tinha um limite máximo de 90 inscrições, em alguns casos insuficientes para as encomendas. “Tivemos, logo nas primeiras horas, alguns restaurantes que ficaram no limite da capacidade”, indicou Júlia Rodrigues, presidente da câmara municipal.
A iniciativa foi bem aceite, não só pela restauração, mas também pela população, que aderiu em massa. As inscrições estiveram abertas numa plataforma online do município, durante três dias, permitindo escolher o restaurante onde seria levantado o rancho. Ao todo, três mil pessoas não quiseram deixar “cair” a tradição. É o caso de Luís Fernandes que, à VTM, afirmou que “já que não se pode sair de casa, nem conviver, é uma maneira de ajudar a restauração e o comércio local. É uma boa iniciativa”.
“Tivemos, logo nas primeiras horas, alguns restaurantes que ficaram no limite da capacidade”
Ali ao lado, à espera da sua vez, estava João Martins. “Tenho participado desde a primeira edição e, este ano, não podia falhar, até porque é uma forma de se ajudar os restaurantes”.
Ao todo, foram confecionados três mil litros de rancho, que os munícipes levantaram de forma gratuita, e a quem foi, também, entregue um prato de barro do evento.
“A autarquia adquiriu os três mil litros de rancho”, referiu Júlia Rodrigues, explicando que “num só dia, injetámos, na restauração do concelho, cerca de nove mil euros”.
“Pode parecer pouco, mas é uma grande ajuda para quem, como nós, está de portas fechadas. Aquilo que faturamos em take-away não chega aos 30 por cento daquilo que faturávamos habitualmente”, afirma Alberto Cláudio, esperançoso de que, muito em breve, as portas se possam voltar a abrir.