João Moura marcou presença na abertura da ExpoMoncorvo, que decorre até amanhã em Torre de Moncorvo.
Em declarações aos jornalistas, e questionado pela VTM sobre a situação dos viticultores do Douro, o secretário de Estado da Agricultura lamentou o “impasse” em que vivem, referindo que “em Portugal, o que se produz de uva de vinho é insuficiente para o que consumimos e para o que exportamos, daí que há a necessidade de importar”.
“Temos consciência que há entrada de vinho ilegal em Portugal que vem deturpar o nosso mercado e prejudicar gravemente os nossos produtores”, afirma, admitindo que “estamos a ter uma atenção muito especial nessa entrada ilegal”.
E deixou críticas ao Governo anterior. “O produto que se faz em Portugal é de excelente qualidade e é preciso valorizar a viticultura. Tem faltado, nos últimos anos, uma atenção por parte do ministério da Agricultura para o setor e que fez com que se chegasse a este ponto”.
Uma das soluções tem sido a destilação de crise, mas João Moura salienta que, “como o nome indica, tem de ser feita num momento de urgência”, lamentando que se tenha tornado “uma rotina”.
“Temos que inverter essa situação. Não se percebe como é que o Governo patrocina a plantação de vinha e, por outro lado, a queima do vinho. Há qualquer coisa que não bate certo. Era isso que acontecia”, frisa.
O secretário de Estado revelou que “se fosse por minha vontade, não faríamos a tal destilação de crise, mas, infelizmente, terremos de a fazer mais um ano porque chegou-se ao limite de as adegas estarem cheias, não com a produção deste ano, mas com o histórico de anos anteriores”.
“Tem de haver uma fiscalização mais intensa, mais apoio aos viticultores e a quem trabalha, de forma correta, o vinho”, concluiu.