Ascenso Simões, distribui um comunicado à imprensa, apelando a «Dar gás ao interior». Aí, diz ele:
«Os nossos vizinhos assumiram no debate político que há uma Espanha Vazia que se vai consagrando irreversível no despovoamento e na desertificação». Em Portugal o dramatismo que grande parte do território vive foi encaixado numa outra designação: territórios deprimidos. Bem se pode manter o discurso sobre a perda de população e sobre o equilíbrio ambiental dos territórios, mas são poucos os agentes políticos que assumem uma preocupação genuína com o nosso país vazio.
A determinação de António Costa esbarra em muitos dos seus governantes e, de forma dramática, na máquina do Estado por ausência de linhas claras na ação política. Sai desse grupo de negacionistas do interior desprotegido a equipa do Ministério de Matos Fernandes e, em especial, o seu secretário de Estado titular da pasta de energia. Desde 1994, com mais intensidade desde 1997, os governos foram sendo confrontados com a indecência que seria termos um território onde não chegaria o gás natural (GN). Mira Amaral, em 1994, havia dito que o «GN só chegaria ao interior quando as galinhas tivessem dentes». Enganou-se o espumoso ministro da indústria de Cavaco Silva. No final do século passado o GN chegava a Chaves e Vila Real impulsionado pelo grupo de energia Dourogas, em associação com a Gás de Portugal, e através de um sistema mais flexível e inovador que assentava em unidades autónomas de gás abastecidas por veículo».
Ascenso Simões adensa a explicação e tenta clarificar que o projeto, «a que se pode chamar teimosia, foi sempre assumido pelos deputados do PS e do PSD, como prioritário. Governos houve, governantes houve que não entenderam bem a dimensão do impacto, das decisões que importava tomar, do quão determinante era o projeto de gás natural». Ascenso Simões assistiu, à inauguração, em Montalegre, da 1ª casa com gás natural instalado pela Sonorgás. E o diretor-Geral da Sonorgás prometeu que, até fins de 2019, seriam aí investidos 3 milhões de euros.
Dar gás a quem? Pode o diretor-geral da Sonorgás explicar se os 3 milhões foram gastos até fins de 2019 no concelho? E se há dinheiro para levar o gás até Cabril, Lodeiro de Arque e a Tourém?