Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Ligação aérea entre Bragança e o Algarve pode estar “em risco”

A carreira aérea que liga Trás-os-Montes ao Algarve pode estar em risco, afirmou Sérgio Leal, diretor de voos da Sevenair, que faz a ligação.

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“Da parte da Sevenair, não dizemos isso com agrado nenhum, até porque acreditamos e sabemos que é uma linha com real interesse para o país”, declarou à Lusa Sérgio Leal.

A concessão que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Tires (Cascais) e Portimão vai terminar a 28 de fevereiro do próximo ano.

Além disso, se os valores apresentados pelo Governo como indemnização compensatória pela prestação do serviço se mantiverem nos moldes atuais, que têm sido de 2,4 milhões de euros por ano, e mesmo que seja proposto um ajuste direto até à conclusão de um futuro concurso, a empresa disse que não tem “nem interesse, nem condições” para continuar a operação.

A esta medida compensatória dada pelo Estado, junta-se a venda de bilhetes como receita. Mas o valor angariado tem sido insuficiente.

“Já está a dar prejuízo há algum tempo. Neste último concurso foi notório. Anualmente, só no combustível, face àquilo que apresentámos inicialmente na nossa proposta há quatro anos, tivemos aumentos [das despesas] para mais do dobro. Tivemos prejuízos só nessa vertente, a nível anual, de cerca de 300 mil euros”, detalhou Sérgio Leal, referindo ainda subidas substanciais com a manutenção das aeronaves.

“Desde 2009, nunca houve um ajuste de valores. E em 2015 acrescentámos duas rotas: Viseu e Portimão”, lamentou Sérgio Leal, que vincou que já fizeram chegar a preocupação ao Governo e à Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Quanto ao concurso público, Sérgio Leal explicou que, por norma, são lançados com seis meses de antecedência.

“É um concurso lançado a nível da União Europeia (…). Por isso, é necessário um tempo de preparação para os operadores conhecerem as peças do concurso (…). Depois, a proposta tem que ser analisada e aprovada no final pelo Tribunal de Contas (…)”, descreveu Sérgio Leal.

Sobre o concurso, Sérgio Leal disse que, inicialmente, chegaram a pensar que iria decorrer nos prazos considerados normais, porque foram contactados em “finais de julho, inícios de agosto”.

“Nessa altura, tivemos oportunidade de fazer saber à ANAC algumas condicionantes e prejuízos que tivemos. E, se houvesse um novo concurso, até sugerimos algumas alterações que seriam benéficas para a operação”.

Depois disso, Sérgio Leal garantiu que não tiveram mais quaisquer novidades.

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