Por muito que custe a algumas individualidades que por força das circunstâncias representam determinadas instituições, as Associações Empresariais têm um papel insubstituível na representação das empresas e na defesa dos seus interesses, quer no quadro da contratação coletiva, quer no diálogo com as entidades públicas, quer, ainda, na atração de fundos para o território, para investimento na sua capacitação e consequente aumento da sua competitividade (só para o ano 2020, a ACISAT atraiu ao território do Alto Tâmega mais de meio milhão de euros para este fim).
Há diariamente desafios que se colocam diretamente às empresas, sobretudo no quadro da transformação digital, e da globalização dos mercados, onde a concorrência é severa e o perfil e as exigências do consumidor evoluem constantemente.
São as associações que estão mais próximas das empresas que representam e é às associações que as empresas dão conhecimento das suas fragilidades e necessidades, mas também dos seus pontos fortes e competências. Isto permite que o quadro técnico das associações perceba e atue, apoiando-as nas respostas aos desafios.
Por tudo isto, é urgente um processo de descentralização de competências do Estado que deve ser acompanhado pelo reforço do papel das associações empresariais na definição estratégica e no desenvolvimento dos territórios e por uma cooperação saudável entre agentes públicos e privados. Caso contrário, este processo arrisca-se a exacerbar uma concorrência pouco saudável entre as autarquias e as entidades intermunicipais, por um lado, e as associações empresariais, por outro. Assim, estreita-se a margem para que as associações possam desempenhar plenamente as suas funções e desperdiçam-se recursos públicos, nomeadamente técnicos e financeiros, por indefinição ou redundância de competências, prestando-se um pior serviço às empresas e aos territórios. É necessário, imperativo e urgente analisar necessidades do mercado empresarial, partilhar experiências e boas práticas, conhecer forças e fraquezas.