Segunda-feira, 9 de Dezembro de 2024
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Eduardo Varandas
Eduardo Varandas
Arquiteto. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

O PCP e a homossexualidade

O PCP promoveu no passado mês de Dezembro, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, um espectáculo de homenagem ao poeta Ary dos Santos, por ocasião da passagem do vigésimo aniversário do seu falecimento. Este acontecimento nada tem de estranho ou de surpreendente, por se tratar de Ary dos Santos, cujo talento era inegável. Não é isso que está em causa, obviamente. Porém, o que na realidade espanta é a dualidade de critérios utilizados pelo PCP, na forma de tratar e lidar com alguns dos seus militantes mais dedicados e destacados.

Toda a gente sabe que Ary dos Santos, além de militante comunista, filiado no PCP, era homossexual assumido não se coibindo de manifestar publicamente a sua orientação sexual. Por esse facto nunca foi marginalizado ou alvo de qualquer censura por parte da organização partidária em que militava. Em contrapartida, o mesmo não aconteceu com outro seu antigo camarada de partido, chamado Júlio Fogaça, que chegou a ser secretário-geral do PCP, nos anos 50. Por ocasião da realização do XVI congresso, em Dezembro de 2000, por sinal, vinte anos depois da morte daquele destacado dirigente comunista, falecido em 28 de Janeiro de 1980, não se dignou o PCP promover qualquer cerimónia evocativa dessa figura cimeira da

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