No ano 80 do século passado houve um governo que criou a Delegação Regional de Cultura do Norte (DRCN), por decreto regulamentar n. 18/80 com a missão de assegurar a atuação a nível regional, dos serviços sob a tutela do ministro da cultura e de apoiar iniciativas culturais locais que correspondem a necessidades específicas da região.
Imaginam quem chefiava o governo de Portugal? Sá Carneiro.
No ano 94 houve um governo que por decreto regulamentar n. 3/94 decidiu que a sede da DRCN se deslocaria para Vila Real com o objetivo de desconcentrar a cultura criando condições de acesso em todo o país de forma geograficamente equilibrada e com estrutura orgânica adequada às respetivas atribuições.
Imaginam quem chefiava o governo de Portugal? Cavaco Silva.
No ano 7, deste século, houve um governo que por decreto-lei n. 215/2006, de 27 de outubro, extingue as DRC’s e cria as Direções Regionais de Cultura como serviço da administração direta do Estado.
Imaginam quem chefiava o governo de Portugal? José Sócrates
No ano 23 houve um governo que em reunião do Conselho de Ministros de 22 de junho extinguiu as DRC’s.
Imaginam quem chefiava o governo de Portugal? António Costa.
No consulado de José Sócrates criou-se a expectativa de reforço dos serviços da cultura em Vila Real mas foi “sol de pouca dura”. A sede foi de facto em Vila Real, mas os serviços eram no Porto e o quadro de pessoal na sede foi definhando até quase não ter expressão.
No consulado de António Costa o FIM.
Alguém se levantou em defesa da descentralização no acesso à cultura? Alguém, na praça do município, rasgou as vestes em defesa do direito a termos serviços de proximidade?
Onde estão os responsáveis políticos com assento nos órgãos de soberania ou com responsabilidades executivas nas autarquias locais? O silêncio denuncia solidariedade para com quem decidiu.
Estamos perante um facto consumado mas que vem sendo discutido desde janeiro de 2023. Ninguém se preocupou.
Neste ano da extinção da “cultura” em Vila Real importa revisitar o passado.
O PSD não se limitou a criar Instituições, também se preocupou que essas Instituições servissem por igual todos os Portugueses.
Já poucos se lembrarão de que pelo simples facto da Delegação existir os Vila-realenses tiveram acesso a programação cultural produzida a nível nacional.
Foi bonita a festa enquanto o PSD esteve à frente dos destinos do País e da Cidade. O interior não se defende com retórica, defende-se com atos como os que foram realizados por Sá Carneiro e Cavaco Silva. Atos que resultam da ação dos nossos representantes nos órgãos de soberania nacional ou na liderança dos executivos municipais. Atos que acontecem pela conjugação de vontades individuais e que, ao transformarem-se em vontades coletivas, adquirem dimensão suficiente para não serem desprezadas.
Por isso ACREDITAMOS que connosco nada disto aconteceria, porque é para que o direito à Igualdade seja Real que conjugamos esforços.