Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Rui Santos
Rui Santos
Presidente da Câmara Municipal de Vila Real

Olha para o que eu digo e não para o que eu faço

Um presidente de Câmara Municipal democrata, como me orgulho de ser, valoriza muito a oposição.

Na batalha constante por um futuro melhor para Vila Real, é sempre positivo ouvir outras opiniões, outros caminhos, outras estratégias. Podemos não concordar, mas da discussão surge a luz. Lamentavelmente, nos últimos dois anos, não é isso que encontramos na nossa oposição. Vila Real não importa, os Vila-realenses não importam, o que importa, o que é relevante para os dirigentes do PSD local, é atacar pessoalmente, insinuar, fazer queixinhas e mentir. É nisto que se converteu a história rica dos 37 anos de poder do PSD, na Câmara Municipal de Vila Real.

Um dos momentos baixos desta oposição aconteceu hoje (23/02/2023). A Voz de Trás-os-Montes, inocentemente, claro, dá à estampa dois artigos complementares, um assinado por Luís Tão e o outro por Levi Leandro. O primeiro, sem coragem mas com vontade, esconde a mão que atira a pedra. Afirma no título que nada há de ilegal a apontar à gestão camarária e que, portanto, atira à moralidade. Moral? A ignorância é atrevida e o profundo desconhecimento do vereador do PSD sobre o funcionamento do município e sobre os processos de contratação pública, associado a uma maldadezinha intrínseca e à crença de que ganha politicamente com este joguinho sujo, leva-o a ver fantasmas morais por todo o lado. Leva-o a atirar acusações sem nome e suspeitas sem destinatário. Mas para ser um paladino da moral, haveria que vestir essa camisola na sua própria vida. Há poucos anos, entravam-me no gabinete alguns dos professores que então eram despedidos na Escola da NERVIR. Outros, com meses de salários em atraso, pediam apoio social. Ao mesmo tempo, o presidente dessa associação empresarial, Luís Tão, recebia o seu salário (superior ao do Presidente de Câmara) a tempo e horas, trabalhando em part-time, já que continuava a gerir a sua empresa. Que tal este exemplo de moral? E acrescento: o que ganhou a NERVIR com as centenas de milhar de euros que pagou ao seu presidente em salários? Qual setor empresarial cresceu? Conseguiu atrair investimento para o concelho? Haverá moralidade nesta situação?

E às tantas, no seu texto, destaca-se uma pérola: “diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”.

Isto leva-me ao segundo artigo na Voz de Trás-os-Montes, em que outro “porta-voz” do PSD procura esclarecer o artigo dissimulado do presidente da concelhia. Como um não tem a coragem de pôr os “nomes nos santos”, vem o outro para explicar. Atira-se, como é seu costume, à gestão municipal, mas com uma nuance final: atira-se também a um cidadão que foi eleito Presidente de Junta de Freguesia, sobre questões da sua vida pessoal e familiar. Sugere, inclusivamente, a sua demissão, num momento em que esse cidadão não foi julgado nem condenado, mas apenas acusado. Ora este “porta-voz” do PSD, cheio de moral, esse sim, foi julgado e condenado em tribunal, precisamente por ser um mau gestor e por ter dívidas ao estado e a fornecedores. “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, é uma expressão que o presidente da concelhia do PSD deveria dizer em voz alta, quando se olha ao espelho. E quando se socorre do outro para dizer aquilo que gostaria, mas lhe falta a coragem de o afirmar publicamente.

Eu poderia não dar importância a tudo isto. Acredito que os Vila-realenses são inteligentes e percebem estas jogadas populistas, usadas para os distrair do facto de o PSD não ter qualquer proposta real para lhes apresentar. Mas de vez em quando é importante que nós, aqueles que têm voz, a usemos em nome de outros que assistem a tudo isto e lhe chamam “política”. Isto não é política. Isto são apenas pessoas malformadas e ressabiadas, que acham que vale tudo por um cheirinho de poder.
23/02/2023

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