Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025
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Armando Moreira
Armando Moreira
| MIRADOURO | Ex-presidente da Câmara Municipal de Vila Real. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Petróleo branco

Foi o petróleo tradicional, a fonte dos combustíveis fósseis, como toda a gente sabe, que permitiu o grande desenvolvimento da indústria da mobilidade.

As regiões onde têm vindo a ser exploradas estas jazidas – lembremos os países árabes – transformaram as suas economias e as respetivas comunidades locais e têm vivido praticamente destes recursos.

É certo também, que estes combustíveis têm sido os principais causadores da poluição, cujos efeitos nefastos no clima, são agora muito evidentes. E, percebe-se que está em marcha, à escala mundial, um movimento irreversível, no sentido de encontrar outras formas de locomoção, com recurso a materiais existentes também na natureza, mas sem aqueles efeitos nocivos.

Do que mais se vem falando agora é do Lítio, metal que já se vê designando como o “petróleo branco”. Porquê? Porque este material é hoje fundamental para o fabrico de baterias para os carros elétricos e para o armazenamento de energia. É essencial para a descarbonização dos transportes e para o combate às alterações climáticas. Notícias que vêm chegando, dão conta de que o velho continente (a Europa) tenta recuperar do atraso de vários anos. Há mais de uma década, que a China, completamente dependente do abastecimento do petróleo, começou a investir nas energias renováveis e na mobilidade elétrica, tendo investido em minas de Lítio no Chile e na Austrália, para a produção em larga escala de baterias.

A Europa vai precisar de 60 vezes mais lítio até 2050, para os carros elétricos e armazenamento de energia: disse-o Maros Sefcovic, Vice-presidente da Comissão Europeia.

Em Portugal, as reservas de Lítio são residuais, menos de um por cento do total mundial, mas constituem 10 % no contexto europeu. Grande parte destas situa-se no Barroso, nos Concelhos de Montalegre e Boticas.

Não tem sido pacífica a ideia da exploração desta matéria-prima. Não temos conhecimento científico suficiente para sustentar a defesa de uma ou outra das opções. O que nos parece evidente, é que deveriam ser as autoridades locais – Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias – a conduzir este processo que nos parece irreversível. E estas explorações poderão permitir àquelas regiões passar da pobreza, em que ainda vivem, para níveis de desenvolvimento impensáveis há meia dúzia de anos.

Como ex-autarca, percebemos, que a tarefa não será fácil de assumir.

Porém este será o desafio das vossas vidas. Num período em que se avizinham eleições autárquicas, desejamos-vos o maior sucesso, neste que será um momento único da história do Barroso.

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