As tão comungadas “circunstâncias” responsáveis pelo determinismo de muitas das ações dos políticos são sempre sujeitas a um escrutínio analítico e interpretações variadas. A riqueza da democracia é, também, a dialética entre visões divergentes e a afirmação da liberdade como o eterno moderador desse confronto. A exposição é inevitável e fundamental, a afirmação de convicções, de propostas e de ideias exigem rostos de pessoas, que com coragem assumem as suas diferenças, participando no jogo da democracia onde o plano ético moral não pode, nem nunca deve, ser desvalorizado. O declínio dos códigos morais e éticos que, em alguns casos e por culpa própria, vão assolando e alimentando a “bolha mediática” favorece o aparecimento da política suja, enganadora e manipuladora, que tenta corroer e desgastar os agentes políticos que, esses sim, carregam consigo a legitimidade democrática e popular. Os ataques rudes, anónimos e insultuosos, que misturam e manipulam as perceções das pessoas, são o recurso dos fracos e dos desesperados que, aspirando ao caos, querem estabelecer um equilíbrio de forças que a democracia não lhes concedeu.
José Tolentino Mendonça, no seu livro “O pequeno caminho das grandes perguntas”, um mapa espiritual delicioso, numa das suas reflexões, “Estranho sentimento, a inveja” transmite que “a inveja é o sentimento disruptivo em relação a outra pessoa que possui ou desfruta algo desejável – e o impulso do invejoso é eliminar ou estragar o que pensa ser a fonte dessa alegria. (…) Deixa de constituir a possibilidade criativa de um encontro para viver capturado num ressentimento que invade tudo de mesquinhez e sombra.”
Para que fique claro a todos os invejosos sem rosto, a resposta será dada com a perseverança de manter firme a orientação da meta a alcançar, de continuar a acreditar que o presente mantém uma aliança com o futuro e de que a união será ainda mais acentuada porque não há soluções mágicas, quando o caminho é longo… Vamos a isso!