Os Orçamentos do Estado destas e de outras áreas têm vindo a aumentar, apesar das taxas de execução ficarem muito aquém do previsto, muitas vezes em torno dos 50% (como foi o caso da saúde desde 2016).
Sendo assim, terá havido carência de investimento público durante os últimos governos liderados por António Costa? De facto, entre 2016 e 2023, Portugal foi o país da União Europeia com o menor investimento público em percentagem do PIB, registando uma média anual de apenas 2,1% do PIB.
Esta percentagem representa cerca de dois terços da percentagem que se registou, em média, na UE (3,2%). No topo da lista surge a Estónia, que lidera com uma média anual de investimento público de 5,4% do PIB, seguida pela Hungria (5,4%) e pela Suécia (4,8%).
A maioria dos países da UE exibe um investimento público entre 3% e 4% do PIB, sendo que a Irlanda (2,1%) e a Espanha (2,4%) acompanham Portugal no fundo da lista.
Este baixo investimento público ficou até abaixo do que se verificou no tempo da Troika, durante a governação de Pedro Passos Coelho. Nessa altura, o investimento público representou 2,5% do PIB, ainda assim também abaixo da UE (3,2%). Foi o 4.º nível de investimento público mais baixo entre os 27 países da União Europeia entre 2011 e 2015.
Este baixo nível de investimento público em Portugal terá tido inevitavelmente reflexo nos serviços públicos, com potencial prejuízo para os cidadãos. No entanto, as “contas certas” permitiram também uma redução gradual da dívida, pelo que parece que o difícil equilíbrio entre despesa e investimento público e, por outro lado, a gestão do défice e da dívida não terá sido sempre tão bem sucedido.