São 20 os funcionários no quartel e o “caminho é serem todos profissionais”, defende o comandante, Luís Martins, o que nesta região “é mais importante, porque cada vez é mais difícil conseguirmos voluntários”, dando como exemplo a última escola, concluída apenas por dois bombeiros, sendo que há já 3 anos não era possível abrir uma.
Esse é “mesmo o maior desafio, conseguir elementos novos, termos gente para preencher os quadros dos bombeiros”. Para contrariar a situação diz que são necessários incentivos.
“Não é com entradas grátis para os museus que vamos trazer mais pessoas. Tem de haver redução de IMI ou do preço da água, para ver se conseguimos angariar mais gente para os bombeiros”, sugere.
Para uma corporação que “está longe de tudo” e faz muitos quilómetros, a substituição de viaturas é uma necessidade premente, já que “as ambulâncias estão a ficar muito velhinhas”.
“Cada viagem a Bragança são 160 quilómetros”, e o tempo de espera até a ambulância ser libertada leva a que, por vezes, tenham “de fazer recusas no centro de saúde”. Porque mesmo com três ambulâncias de socorro “cada serviço de emergência, a correr bem, são 4 horas”.
“Não é com entradas grátis para os museus que vamos trazer mais pessoas. Tem de haver redução de IMI ou do preço da água”
LUÍS MARTINS – COMANDANTE
Além de algum apoio do município, têm de se valer de fundos próprios, mas o comandante entende que o Governo devia apoiar mais, “porque é o Estado que beneficia com o trabalho” das corporações.
Também o presidente da Associação Humanitária, Ulisses Firmino, entende que o Estado “tem obrigação de comparticipar e apoiar” mais os bombeiros. “Prestamos um serviço inigualável ao Estado e não há um reconhecimento”, o que se torna evidente no facto de “não pagarem a tempo” ou não comparticiparem na totalidade as viaturas de combate a incêndios. “Nos incêndios, o Estado devia dar-nos carros a 100% e não acontece. Dá-nos 80% e o resto temos de o mendigar”, lamenta.
O presidente da direção diz que “toda a gente olha para os bombeiros como uma instituição de muita utilidade, mas não basta só olhar, tem de haver comparticipações e nomeadamente do Estado, porque o serviço é todo em benefício das pessoas e do Estado”.
A situação financeira da Associação está “mais ou menos estável”, não sendo este o pior momento, “mas até há alguns meses o Estado tinha compromissos que não tem cumprido, nomeadamente o pagamento dos transportes de saúde. Chegaram a estar meio ano sem pagar”. Por isso, o responsável afirma que tem de haver uma gestão “bastante rigorosa”, porque “as despesas da Associação são enormes”.
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