Segunda-feira, 2 de Dezembro de 2024
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Professores regressam hoje às ruas para manifestações

Os professores realizam hoje mais uma manifestação em Lisboa e no Porto contra as propostas governamentais para um novo regime de recrutamento e colocação, mas também para exigir que sejam calendarizadas negociações sobre reivindicações antigas.

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Depois de dois dias de greves regionais nas escolas, a plataforma de nove organizações sindicais dos professores apela hoje aos professores para que saiam à rua para mostrar o descontentamento da classe.

A última manifestação convocada pela plataforma decorreu há pouco menos de um mês, a 11 de fevereiro, e muitos dos motivos do protesto mantêm-se inalterados, mas entretanto surgiram novas razões para sair à rua.

Sindicatos e Ministério da Educação estão desde setembro a negociar para tentar chegar a acordo quanto a novo modelo de recrutamento e colocação de professores. Na semana passada realizou-se a última reunião que terminou sem acordo, tendo os sindicatos já anunciado que irão pedir reuniões suplementares.

A nova proposta apresentada esta semana pelo Governo não convenceu os sindicatos que dizem manter algumas das “linhas vermelhas” que os docentes já tinham apontado, como é o caso da criação de Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica (QZP).

Estes órgãos são compostos pelos diretores das escolas e têm a responsabilidade de distribuir o serviço, podendo atribuir a um professor turmas de dois agrupamentos.

O facto de os docentes vinculados em QZP terem de concorrer ao agrupamento do quadro a que pertencem e a outros três QZP adjacentes ou contíguos é outro dos motivos de discórdia.

Além do diploma, os professores exigem que a tutela defina um calendário para começar a discutir matérias como a recuperação do tempo de serviço congelado ou o fim das vagas e quotas de acesso ao 5.º e 7.º escalões.

Na quinta-feira, os docentes dos distritos de Coimbra para norte estiveram em greve e, na sexta-feira, foi a vez dos professores dos distritos de Leiria para sul.

As escolas tiveram de assegurar serviços mínimos, decretados pelo Tribunal Arbitral, que considerou que esta paralisação não podia ser vista de forma isolada, mas sim como “mais uma greve num somatório de greves que, no seu conjunto, ameaçam já pôr em causa o direito à educação”.

Para os sindicatos, o pedido de serviços mínimos veio aumentar as razões para protestar que hoje acontecem a partir das 15:30 em Lisboa e no Porto.

Os dois protestos arrancam do Rossio, em Lisboa, e da Praça do Marquês, no Porto, e têm como destinos a Assembleia da República, para quem está em Lisboa, e os Aliados, para quem está no Porto.

Os professores estão em greve desde dezembro, na altura com uma greve por tempo indeterminado convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), que se mantém, em protesto contra a proposta do Governo para os concursos e colocação de professores.

Entretanto, a plataforma sindical, que não inclui o Stop, convocou uma greve que se realizou por distritos durante 18 dias, culminando com uma manifestação no dia 11 de fevereiro, que juntou em Lisboa mais de 100 mil pessoas, de acordo com as estimativas da Fenprof.

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