As agências noticiosas internacionais anunciaram hoje, dia 20, em que escrevo, que o “Parlamento britânico aprova acordo de saída da União Europeia”. Foi uma saga durante todo o ano. Com implicações diversas. Também nas exportações de Vinho do Porto. Sabe-se que as empresas mais clarividentes têm vindo a preparar-se, tentando prevenir e minimizar o impacto. A propósito de tão importante mercado, notícias do setor do turismo trouxeram a lume uma interessante realidade, com riscos que se reconhecem também por essa opção britânica: em outubro passado, este mercado forneceu ao Algarve um número crescente de turistas – mais 7,1%. Que bom! Pelo Douro, há quem defenda a aplicação de taxas às dormidas. Porventura, para sugerir aos turistas o Algarve! Assim, como vimos a certa altura, não se resolve o problema do “Destino Vivo com Pontos Mortos”, que o Douro é.
O tema das alterações climáticas também mereceu a nossa atenção. Teremos sido dos primeiros a falar na região das greves de Greta Thunberg às aulas das sextas-feiras. E das causas que lhe estavam subjacentes. A sustentabilidade da região passa pela sustentabilidade ambiental, mas também socioeconómica. É por isso que um cabal aproveitamento dos recursos endógenos deve ser encarado pelos responsáveis pelo desenvolvimento, em articulação com as populações. Como dizíamos, “envolvendo-as, a elas e aos autarcas responsáveis pela gestão dos territórios.” Porque “uma região que dá matérias-primas tem direito a receber outro tipo de indústria para poder fazer o seu caminho para o desenvolvimento”.
No decurso do ano, falou-se de novo de regionalização administrativa. Não repetirei que “é peditório para o qual não darei mais”. Mas não podemos continuar à espera desta reforma que continua por fazer. E consta, de modo explícito, na Constituição. Já tarda. Mas também é verdade que fazem tão mal à regionalização os que criam toda a espécie de problemas à sua concretização como os que a querem fazer sem olhar aos obstáculos. Porque os há. E alguns ao mais alto nível. Não é só de agora. Mas continua a ser verdade: a regionalização conquista-se.
No Douro, região vitivinícola, a chegada do “cartão de benefício” – agora consulta-se no site do IVDP – é sempre um momento de interesse. Em 2019, com mais uma redução no quantitativo a beneficiar. E os pequenos produtores, desamparados, foram, como sempre, os mais penalizados. Vá lá. As poucas cooperativas que resistiram à hecatombe que se abateu sobre o setor, já conseguem preços do “irmão pobre”, o DOC Douro, que reduz a diferença relativamente ao “irmão rico”, o DOC Porto. O que renova a esperança num melhor ano. Que o seja para todos.