Terça-feira, 3 de Dezembro de 2024
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António Martinho
António Martinho
VISTO DO MARÃO | Ex-Governador Civil, Ex-Deputado, Presidente da Assembleia da Freguesia de Vila Real

Responsabilidade individual é um ato solidário

Na profusão de comunicação – informação/desinformação – surgiu-me a frase em epígrafe. Aliás, em sequência do Visto do Marão de há dias. Exatamente, porque “Algum Homem é uma Ilha”. A consolidar a ideia, várias declarações de responsáveis internacionais: da ciência, da política, da saúde, da religião. Os slogans que sistematicamente nos entram porta adentro trazem-nos […]

Na profusão de comunicação – informação/desinformação – surgiu-me a frase em epígrafe. Aliás, em sequência do Visto do Marão de há dias. Exatamente, porque “Algum Homem é uma Ilha”. A consolidar a ideia, várias declarações de responsáveis internacionais: da ciência, da política, da saúde, da religião. Os slogans que sistematicamente nos entram porta adentro trazem-nos essa ideia. Os apelos dos responsáveis da saúde, da China à Itália, de Macau a Portugal, quase por todo o lado, nos tentam convencer de que a nossa atitude, cumprindo as orientações de prevenção, será fundamental para a salvação de todos. Uma atitude responsável a nível individual é, claramente, um gesto de solidariedade para com todos, a começar pelos nossos familiares, pelos nossos vizinhos, pela comunidade de que somos parte.

Nos tempos mais recentes, os temas do ambiente tomaram relevo na agenda internacional. Nem todos reconheceram, ainda, a premência dos problemas que nela se debatem. E hoje, perante tão grave problema de saúde, quer a nível de alguns governantes, quer a nível individual, ainda há quem não aceite a gravidade do problema que assola a Humanidade. Uns, que afirma(va)m ser benéfico criar imunidade; outros, em atitude fatalista (Daniel Sampaio chamou-lhe negacionismo) dizem que nada entra com eles. Distantes, em ambas as situações, de atitudes responsáveis. Afinal, que diferença entre estes e aqueles dirigentes europeus que só olham o seu umbigo? Que ainda não aceitaram que, numa catástrofe sanitária, num mundo que se globalizou, desde logo por interesses económicos que favoreceram as economias dos seus países, também as doenças se tornam globais. A COVID-19 é bem elucidativa. Só não vê quem não quer. E ainda há quem se dê ao desplante de atitudes persecutórias – “repugnantes” – para países em gravíssima situação, em vez de se abrirem a soluções conjuntas. Afinal, a China e Cuba estão a dar um excelente exemplo, enviando médicos e equipamentos.

Para o mundo católico, mas quero crer, indo bem além desse universo, a cerimónia que teve lugar junto à Basílica de S. Pedro, em Roma, numa praça deserta, mas que as tecnologias encheram com a presença de milhões, o Papa Francisco lembrou que “estamos todos no mesmo barco”, que “ninguém se salva sozinho”, lembrando muito a propósito a passagem bíblica dos discípulos a “acordar o Mestre” porque a tempestade se agiganta e é imprescindível que rememos juntos.

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