Quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024
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José Pinto
José Pinto
Técnico Superior de Educação

“Temos Mãe!”

No domingo passado, Domingo II do Tempo Comum, a Igreja reunida para celebrar o Mistério Pascal do Senhor Jesus, ouviu proclamar, durante a Liturgia da Palavra, o texto do Evangelho segundo S. João (João 2, 1-11) que relata o episódio bíblico conhecido como as Bodas de Caná, durante o qual Jesus realizou o seu primeiro milagre. 

Apesar de Jesus ser sempre o protagonista, neste episódio Maria soube, como só Ela sabe e pode, “impor-se” de uma maneira delicada mas determinante. Com duas simples e curtas frases, altera o final previsivelmente triste daquela festa: “Não têm mais vinho.” e “Fazei tudo o que Ele vos disser.” Mais palavras para quê?

Nele também podemos ver um exemplo claro da solicitude de Maria: Ela mostra-se atenta e sensível diante da dificuldade dos outros! Com o seu olhar de Mãe, Maria percebe de imediato a falta de vinho. E, em vez de fazer maledicência contra os noivos, de criticar ou de ir fazer queixa ao chefe de mesa, Maria, sem que ninguém se apercebesse e sem qualquer alarde, foi pôr o problema a Jesus, pois sabia que só Ele o podia resolver.

Com esta atitude de Mãe amorosa, Maria evitou que os noivos passassem por uma grande vergonha, já que naquela época, o vinho, que era considerado o símbolo da alegria, não podia faltar numa festa, muito menos num casamento!

É interessante percebermos que Maria não pede nada a Jesus, simplesmente lhe apresenta o facto: “Eles não tem mais vinho”! Com esta atitude, ela entrega o problema a Jesus, confiante de que Ele iria resolvê-lo da melhor maneira, sempre a favor dos responsáveis pela festa. É certo que Jesus lhe diz inicialmente: “A minha hora ainda não chegou.” Mas um pedido da Mãe – ainda que não expresso dessa forma – é um pedido que Jesus não pode recusar, e faz-lhe a vontade.

Apesar da resposta inicial de Jesus, Maria tinha uma confiança tão grande no seu Filho que diz aos criados: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. E o milagre acontece: Jesus transforma a água em vinho, e em vinho muito bom! O melhor vinho que os noivos e os convidados poderiam beber!

Maria não é, simplesmente, uma figura histórica. É, sim, um exemplo de Mulher solidária, atuante, atenta às necessidades dos outros, quem quer que eles sejam, mas de modo especial dos que sofrem! Como Mãe, ela cuida de nós; como nossa intercessora, ela leva as nossas súplicas a seu Filho Jesus!

Tal como aprendemos com a nossa Mãe, biológica, adotiva ou de coração, aceitemos ser eternos aprendizes de Maria, e com ela aprender a sermos mais fraternos e solidários, a ter um constante olhar de misericórdia, a dar passos ao encontro de Jesus no encontro com os pobres, os abandonados, os mais frágeis, os isolados, em suma, aqueles que, como diz o Papa Francisco, estão nas periferias geográficas e relacionais.

Neste Domingo, a comunidade paroquial de Constantim celebrou a Festa em honra do seu co padroeiro, S. Sebastião, mártir, também festejado em muitas outras localidades do país, associado a tradições muito peculiares, com o é o caso da “Mesinha de S. Sebastião”, em diversas aldeias do Barroso, e as “Fogaças”, em Sta. Maria da Feira.

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