Se há quem veja neste meio de transporte uma boa alternativa, principalmente ao uso excessivo do automóvel em meios urbanos e até uma salvação para o ambiente, há quem, por outro lado, não lhes ache piada nenhuma por contribuírem para o aumento de acidentes.
Por exemplo em Paris, França, foi uma das primeiras capitais europeias, a demonstrar depois de um referendo em que participaram cerca de 103 mil pessoas, no qual 89% votaram pela proibição das trotinetes de aluguer.
Inegavelmente, a trotinete é um meio de transporte vantajoso, são ecológicas, tendo um motor elétrico poluem pouco, e são ainda fáceis de transportar e estacionar, uma vez que são veículos mais pequenos.
São bastante práticas, seguras e fáceis de manobrar, e para além disso, dadas as dimensões, conseguem manobrar-se facilmente.
Contudo, devemos ter consciência que é um transporte que acarreta riscos. Muitos riscos. Segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica, em 2022, o INEM transportou 6.280 pessoas, cujos ferimentos resultaram da utilização de trotinetes e bicicletas elétricas, quase o triplo do valor registado em 2019.
Mas ainda mais curioso é o facto de que segundo o Ministério da Administração Interna cerca de 145 condutores de trotinetes os quais apresentaram uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro, o que é considerado crime, entre 2019 e 2022. Segundo a PSP, a média de idade destes utilizadores de trotinetes alcoolizados era de 26 anos.
Aqui chegados, é importante reconhecer que nem todos os utilizadores de trotinetes, estão preparados para manobrar uma trotinete. Existem utilizadores, que não demonstram qualquer civismo na utilização deste meio de transporte e por isso mesmo ainda há algum trabalho a fazer no que respeita à sensibilização dos mesmos para uma condução segura e em conformidade com a legislação.
Não é raro, infelizmente, vermos utilizadores de trotinetes em cima dos passeios, e o peão se não quiser ser abalroado, que remédio, deve desviar-se para ceder passagem ao utilizador da trotinete que decidir que pelo passeio é o melhor caminho.
Assistimos, ainda, a utilizadores de trotinetes em sentido contrário nas vias de trânsito, sem o mínimo de respeito pelas regras impostas. Mas nem todos são assim, felizmente.
Acredito que num futuro próximo seja ainda mais percetível a influência destes transportes em alternativa aos automóveis e possamos assim minimizar o nosso impacte ambiental.
Contudo e no meu entender, a lei, deve ser urgentemente atualizada, criando requisitos específicos para a condução de velocípedes, sendo urgente que o legislador considere regras de segurança para quem utiliza estes velocípedes numa lógica de estímulo a uma condução responsável e segura.