Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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Trotinetes ou utilizadores de trotinetes?

Desde que apareceram, as trotinetes elétricas não têm sido consensuais.

Se há quem veja neste meio de transporte uma boa alternativa, principalmente ao uso excessivo do automóvel em meios urbanos e até uma salvação para o ambiente, há quem, por outro lado, não lhes ache piada nenhuma por contribuírem para o aumento de acidentes.

Por exemplo em Paris, França, foi uma das primeiras capitais europeias, a demonstrar depois de um referendo em que participaram cerca de 103 mil pessoas, no qual 89% votaram pela proibição das trotinetes de aluguer.

Inegavelmente, a trotinete é um meio de transporte vantajoso, são ecológicas, tendo um motor elétrico poluem pouco, e são ainda fáceis de transportar e estacionar, uma vez que são veículos mais pequenos.

São bastante práticas, seguras e fáceis de manobrar, e para além disso, dadas as dimensões, conseguem manobrar-se facilmente.

Contudo, devemos ter consciência que é um transporte que acarreta riscos. Muitos riscos. Segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica, em 2022, o INEM transportou 6.280 pessoas, cujos ferimentos resultaram da utilização de trotinetes e bicicletas elétricas, quase o triplo do valor registado em 2019.

Mas ainda mais curioso é o facto de que segundo o Ministério da Administração Interna cerca de 145 condutores de trotinetes os quais apresentaram uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro, o que é considerado crime, entre 2019 e 2022. Segundo a PSP, a média de idade destes utilizadores de trotinetes alcoolizados era de 26 anos.

Aqui chegados, é importante reconhecer que nem todos os utilizadores de trotinetes, estão preparados para manobrar uma trotinete. Existem utilizadores, que não demonstram qualquer civismo na utilização deste meio de transporte e por isso mesmo ainda há algum trabalho a fazer no que respeita à sensibilização dos mesmos para uma condução segura e em conformidade com a legislação.

Não é raro, infelizmente, vermos utilizadores de trotinetes em cima dos passeios, e o peão se não quiser ser abalroado, que remédio, deve desviar-se para ceder passagem ao utilizador da trotinete que decidir que pelo passeio é o melhor caminho.

Assistimos, ainda, a utilizadores de trotinetes em sentido contrário nas vias de trânsito, sem o mínimo de respeito pelas regras impostas. Mas nem todos são assim, felizmente.
Acredito que num futuro próximo seja ainda mais percetível a influência destes transportes em alternativa aos automóveis e possamos assim minimizar o nosso impacte ambiental.

Contudo e no meu entender, a lei, deve ser urgentemente atualizada, criando requisitos específicos para a condução de velocípedes, sendo urgente que o legislador considere regras de segurança para quem utiliza estes velocípedes numa lógica de estímulo a uma condução responsável e segura.

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