Sábado, 26 de Abril de 2025
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Manuel R. Cordeiro
Manuel R. Cordeiro
Professor Catedrático aposentado da UTAD

Uma experiência enriquecedora

Uma das fases da minha vida que considero mais rica em valores, passei-a em Timor-Leste, entre o dia 10 de novembro de 2001, dia em que cheguei a Díli pela primeira vez e julho de 2011 quando ali me desloquei pela última vez.

Foi um período muito rico porque tive oportunidade de pôr ao serviço dos mais necessitados, a minha característica de disponibilidade para o apoio social. Foi da minha mãe, que Deus tenha em descanso, que a herdei e que pratico desde muito jovem.

Para a pôr em prática, nada melhor que ter aderido em novembro de 2000 ao Rotary Club de Vila Real, bem consciente do que é esse movimento e das possibilidades que a minha profissão de professor universitário me daria para concretizar o meu desejo de fazer o bem. Foi graças à condição de professor que “aterrei” em Timor-Leste com uma vontade enorme de ajudar.

Consegui fazê-lo graças a duas pessoas que marcaram a minha vida para sempre: a Irmã Eliene Damacena, que já se encontrava em Timor quando ali cheguei pala primeira vez e o Padre João Felgueiras que em breve fará, assim Deus queira, 100 anos. A Irmã fundou um grupo chamado MAC – Movimento de Adolescentes e Crianças, cujas instalações, ainda que simples, eram frequentadas por mais de 400 jovens, que para lá iam todos os dias, depois de saírem das aulas.

Ali ajudavam os jovens tinham apoio para fazer os trabalhos de casa, podiam dançar, cantar, fazer ginástica, ou seja, podiam fazer tudo o que os ajudada a crescer culturalmente. Ali havia sempre alegria. A música saía de um leitor de cds que foi oferecido pela Casa da Amizade do Rotary Club de Vila Real, embora comprado em Díli.

Para os jovens envolvidos, foi uma tristeza muito grande, quando a Irmã regressou ao Brasil, depois de ter estado ali, creio que 3 anos. Quando regressou foi para Goiás, onde ainda se encontra, a trabalhar no Asilo São Vicente de Paulo. É uma Associação Civil de assistência social sem fins lucrativos, de longa permanência para idosos pobres a partir dos 60 anos. A melhor homenagem que posso fazer ao Padre João Felgueiras é citar duas frases que colocou no prefácio do livro “Um Olhar (Atento) sobre Timor”, que publiquei em 2007: “o professor Manuel Cordeiro ensina em Timor. As suas visitas de trabalho servem, também, para semear valores.

Ele é desses amigos que sente o novo drama do Povo de Timor, e quer estar a seu lado, fomentando esperança, cultivando valores, ensinando os jovens universitários timorenses”.
Aquilo que fazemos na vida, só é possível pela conjugação de esforços de várias instituições e pessoas.

No meu caso, a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Rotary Club de Vila Real, a FUP – Fundação das Universidades Portuguesas, a Irmã Eliene, o Padre João Felgueiras, outras pessoas e instituições timorenses e o Agrupamento HOTEL, comandado pelo então Tenente-coronel Xavier de Sousa. Foi graças a ele e aos nossos militares, que várias iniciativas foram feitas. Todos fizeram de mim uma pessoa feliz.

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