Quinta-feira, 5 de Dezembro de 2024
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Barroso da Fonte
Barroso da Fonte
Escritor e Jornalista. Colunista n'A Voz de Trás-os-Montes

Vão brincar com o car(v)alho mais próximo

Li no Expresso de 14.10.2019 que Portugal é dos países com maior violência contra os idosos. Li na mesma fonte que pessoas com mais de 65 anos pertencem ao escalão dos mais vulneráveis num país classificado, nas listas dos mais envelhecidos, em quinto lugar no mundo e em quarto na Europa Li também que hoje a população idosa duplicou e Portugal já é o quarto país mais envelhecido da Europa.

No dia em que escrevo este apontamento chega-me um folheto onde se anota uma legenda afixada no portão de entrada de uma Universidade: «para destruir qualquer nação não é necessário usar bombas atómicas ou mísseis de longo alcance e permitir que os estudantes «cabulem» nos exames».

Ocorre-me citar estas evidências num país onde o sistema de saúde se gaba de ser «o melhor do mundo» e ter uma diretora geral que anuncia um plano de vacinação contra a Covid-19, excluindo aqueles que têm mais de 75 anos.

A notícia começou a circular dia 26 e todas as televisões, rádios e jornais no dia seguinte surpreenderam o país. O JN titulava: «O plano preliminar da DGS para a vacinação, apresentado por Graça Morais, deixa os mais velhos, com mais de 65 anos para o fim do grupo de prioridades. E no desenvolvimento desse impropério reforçava: «A comissão técnica independente de vacinação nomeada pela Direção-Geral da Saúde (DGS) concluiu o documento que define os grupos prioritários para a vacina da Covid-19. De acordo com o documento, no primeiro grupo a ser vacinado estão incluídas as pessoas que têm entre 50 e 75 anos e que têm doença grave, os utentes e funcionários dos lares de terceira idade e ainda os profissionais de saúde que trabalham em cuidados intensivos e enfermarias com doentes infetados. No segundo grupo de vacinação estão incluídas as pessoas que tem entre 50 e 75 anos com doenças de risco de menor gravidade, os restantes profissionais de saúde e outras pessoas que estão institucionalizadas». Explicava a notícia que «não incluiu nos grupos prioritários as pessoas com mais de 75 anos porque não foi provada a eficácia das vacinas nesta faixa etária. O documento que define os grupos prioritários para a vacina de Covid-19 já foi entregue ao Ministério da Saúde». Bruscamente essa provocação foi abafada pela turbamulta do regime que hipocritamente tentou fazer crer que eram as vozes da reação. Não é crível que a verdadeira fonte tenha usado o nome da DGS e continue a trabalhar nesse plano como se nada fosse.

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